CAPÍTULO III

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Pela manhã, eu me sentia absolutamente horrível. Não tinha dormido bem; meu braço queimava e a cabeça doía. Não ajudou em nada o fato de que o rosto de Edward estivesse calmo e distante quando ele beijou minha testa às pressas e saiu pela janela do quarto. Eu tinha medo do tempo que passara inconsciente, medo de que mais uma vez ele tivesse pensado no certo e no errado enquanto me via dormir. 

A angústia parecia intensificar o latejar em minha cabeça.

Edward esperava por mim na escola, como sempre, mas sua fisionomia ainda não estava boa. Havia algo no fundo de seus olhos que eu não conseguia entender.

Ele abriu a porta para mim.

– Como você está?

– Bem – menti.

Andamos em silêncio, ele diminuindo o ritmo para me acompanhar. Havia tantas perguntas que eu queria fazer, mas a maioria delas teria de esperar, porque eram para Alice: Como estava Jasper esta manhã? O que eles disseram quando fui embora? 

A manhã passou devagar. Fiquei impaciente para ver Alice, embora não pudesse de fato conversar com ela na presença de Edward. Ele continuou indiferente. De vez em quando, perguntava sobre meu braço, e eu mentia. — mentir para um leitor de mentes era algo impossível, mas eu descobri que ás vezes eu conseguia confundir os meus pensamentos e quando Edward os lia eles ficavam "nublados".

Alice, em geral, chegava antes de nós no almoço; Mas ela não estava à mesa, esperando com uma bandeja de comida que não ia consumir.

Edward não disse nada sobre a ausência dela. Imaginei se sua aula teria se estendido até mais tarde — até que vi Conner e Ben, que frequentavam a aula de francês com ela no quarto tempo.

– Onde está Alice? – perguntei a Edward ansiosa.

Ao responder, ele olhava a barra de granola que quebrava devagar com as pontas dos dedos.

– Está com Jasper.

– Ele está bem?

– Ele se afastou por um tempo.

– O quê? Para onde?

Edward deu de ombros.

– Nenhum lugar específico.

– E Alice também – eu disse. É claro que, se Jasper precisava dela, ela também iria.

– Sim. Ela vai ficar fora por um tempo. Estava tentando convencê-lo a ir a Denali.

Era em Denali que morava o outro clã de vampiros singulares — bons, como os Cullen. Tanya e a família dela. De vez em quando eu ouvia falar deles. Edward tinha fugido para lá no inverno passado, quando minha chegada tornou Forks difícil para ele. Laurent, o membro mais civilizado do pequeno bando de James, tinha ido para lá em vez de ficar ao lado de James contra os Cullen. Fazia sentido para Alice incentivar Jasper a ir.

Engoli em seco, tentando desalojar o bolo repentino na garganta.

– Seu braço está incomodando? – perguntou ele, cheio de atenção.

– Não.

No final do dia, o silêncio estava se tornando ridículo. Não queria que fosse quebrado por mim, mas, ao que parecia, essa seria a única opção se quisesse que Edward voltasse a falar.

– Vai aparecer esta noite? – perguntei enquanto ele me acompanhava em silêncio até a picape. Ele sempre me acompanhava.

– Mais tarde?

Fiquei satisfeita por ele parecer surpreso.

– Tenho que trabalhar. Preciso compensar com a Sra. Newton por ter faltado ontem.

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