DEMETRI NOS DEIXOU NA RECEPÇÃO agradavelmente opulenta onde a mulher, Gianna, ainda estava em seu posto atrás do balcão encerado. Uma música animada e inofensiva soava de alto-falantes embutidos.
– Não saiam até que escureça – ele nos alertou.
Edward assentiu e Demetri se afastou às pressas.
Gianna não pareceu nada surpresa com a troca, embora olhasse o manto emprestado em Edward com uma especulação maliciosa.
– Você está bem? – perguntou Edward em voz baixa, baixa demais para a mulher humana ouvir.
– É melhor fazê-la sentar antes que caia – disse Alice. – Ela vai desmoronar.
Foi só então que percebi que eu tremia, tremia muito, todo o meu corpo vibrando até que meus dentes bateram e a sala em volta de mim pareceu oscilar e ficar embaçada em meus olhos.
Edward me puxou para o sofá, para longe da humana curiosa da recepção.
Ele me colocou em seu colo e passou o manto grosso de lã à volta do meu corpo, protegendo-me de sua pele fria.
– Toda aquela gente – disse, apavorada.
– Eu sei – sussurrou ele.
– É tão horrível.
– Sim, é. Queria que não tivesse precisado ver isso.
Encostei minha cabeça em seu peito frio.
Respirei fundo algumas vezes, tentando me acalmar.
– Posso lhes trazer alguma coisa? – perguntou educadamente uma voz. Era Gianna, inclinando-se por sobre o ombro de Edward com um olhar que era ao mesmo tempo preocupado e, no entanto, profissional e distanciado. Não parecia incomodá-la que seu rosto estivesse a centímetros de um vampiro hostil. Ou era totalmente ignorante, ou era muito boa em seu trabalho.
– Não – respondeu Edward com frieza.
Ela assentiu, sorriu para mim e desapareceu.
Esperei até que Gianna não pudesse ouvir.
– Ela sabe o que está acontecendo aqui? – perguntei, minha voz baixa. Eu começava a me controlar, minha respiração se acalmava.
– Sim. Ela sabe de tudo – disse-me Edward.
– Ela sabe que um dia eles vão matá-la?
– Sabe que há essa possibilidade – disse ele.
Isso me surpreendeu.
O rosto de Edward era difícil de interpretar.
– Espera que eles decidam ficar com ela.
Senti o sangue fugir de meu rosto.
– Ela quer ser um deles?
Ele assentiu uma vez, os olhos penetrantes em meu rosto, observando minha reação.
– Como ela pode querer isso? – sussurrei, mais para mim mesma do que procurando de fato uma resposta. – Como pode ver as pessoas fazendo fila para entrar naquela sala horrenda e querer participar daquilo?
Edward não respondeu. Sua expressão mudou, em reação a alguma coisa que eu dissera.
Enquanto eu fitava seu rosto, tentando entender a mudança, de repente me ocorreu que eu realmente estava ali, nos braços de Edward, embora por pouco tempo, e que não estávamos — naquele exato momento — prestes a ser mortos.
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crescent moon - Lua Nova
FanfictionDepois que Kris se recupera do ataque de um vampiro que quase lhe tirou a vida, ela decide comemorar seu aniversário com Edward e a família dele. No entanto, um acidente lhe provoca um ferimento, deixando seu sangue exposto - uma visão que se mostra...