CAPÍTULO XV

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Imóvel e branca de uma forma que não era natural, com os grandes olhos escuros atentos em meu rosto, minha visitante esperava completamente parada no meio do corredor.

– Alice ? – perguntei, surpresa.

– Kris? – havia um misto estranho de alívio e confusão em sua voz.

– O que faz aqui ? – havia uma certa aspereza em minha voz.

Ela me olhou confusa, como se não esperasse essa reação minha.

O telefone tocou.

– Deve ser Charlie – eu disse, me dirigindo para a cozinha.

Alice me acompanhou em silêncio.

– Charlie? – atendi ao telefone.

– Não, sou eu – disse Jacob.

– Jake!

Alice me analisou.

– Está tudo bem ? – perguntou ele, preocupado.

– Sim! Alice está aqui.

– Acha que vai ficar tudo bem por aí? 

– Sim. – eu lhe garanti – Você poderia ir até o hospital ficar com o Charlie ? Acho que a Isa está por lá também… Me sentiria mais tranquila sabendo que você está com eles.

– Claro. 

– Obrigada, Jake! – agradeci e desliguei o telefone.

Caminhei devagar até o armário e retirei um pacote de bolacha, me sentei na mesa e comecei a comer. De repente me lembrei de que não havia comido o dia todo.

– Poderia me explicar como você está viva? – perguntou Alice. Tentei decifrar sua expressão facial, mas ela estava vazia.

Parei de comer e logo percebi o motivo de Alice estar aqui.

– Você me viu cair.

– Não – discordou ela, semicerrando os olhos. – Vi você pular.

Alice sacudiu a cabeça.

– Tem razão – concordei com ela – Eu pulei.

Ela sacudiu a cabeça novamente, desta vez confusa. 

Sua voz era tensa.

– Eu a vi entrar na água e esperei que saísse, mas isso não aconteceu. O que houve? E como você pôde fazer isso com Charlie? Não parou para pensar no que causaria a ele? E ao meu irmão? Você tem alguma ideia do que Edward...

Eu a interrompi.

– Como assim o que faria a Charlie ? – eu perguntei, com raiva. – Eu não tentei me matar se é isso o que você pensa.

– Tem certeza? – perguntou ela, com a voz descrente.

– Você não faz ideia do que eu passei nesses últimos meses! – me levantei da mesa sobressaltada – A única coisa que me passava pela cabeça era em manter Charlie e Bella vivos. – eu gritei.

– E como pular de um penhasco os manteria vivos ?

– Você sabia que Victoria está me caçando? – perguntei, exasperada – E adivinha, como eu defenderia a minha família sozinha? Eu passei noites vigiando essa casa, passei dias seguindo Isa e Charlie pra onde quer que fossem… sempre esperando o pior e torcendo para que ela se contentasse apenas comigo! – eu agora estava gritando novamente. – Eu mal sobrevivi ao ataque de Laurent…

– Victoria? – sibilou ela. – Laurent?

Parecia que ela não processava as minhas palavras.

– Nossa partida não lhe fez nenhum bem, não foi? – murmurou Alice.

crescent moon - Lua Nova Where stories live. Discover now