Primeiro Interlúdio

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Primeiro Interlúdio

Eis que, após três capítulos narrando o início dos fatos, intervenho mais uma vez diretamente na narrativa.

Tais interlúdios serão freqüentes de quando em quando, pois vejo como necessários alguns comentários no decorrer deste épico. Aqueles que me lêem podem achá-los incômodos, por certo, porém tentarei me estender o mínimo possível em cada um e fazer com que sejam, ao máximo, úteis e complementares ao texto principal.

Como puderam perceber, os protagonistas desta epopéia já foram todos apresentados. Humanos, elfos, anões, todos mortais valorosos e destemidos, possuindo histórias de vida ricas e intrigantes, e várias delas serão desvendadas apenas lentamente. Todas possuem sua importância neste arco lendário escrito pelos Heróis de Boreatia. Os mais ansiosos e, principalmente, apreciadores de relatos de combate, como os entusiastas de "Nemitus" e dos fragmentos de Kirnit tratando das batalhas da Guerra dos Dez Generais, provavelmente devem estar achando minha compilação, até o momento, lenta e tediosa. Garanto-lhes, no entanto, que ela logo melhorará nesse sentido. É que a mim é inconcebível começar pelos confrontos sem que seus participantes sejam devidamente introduzidos. Isso a meu ver torna as lutas de espadas, machados e arcos, inclusive, ainda mais emocionantes, pois aqueles decapitando orcs e trespassando goblins acabam sendo pessoas familiares ao leitor, seres com sentimentos e trajetórias únicas, e não meros bonecos armados sem profundidade. E acreditem, quanto mais souberem sobre os heróis que canto, mais serão fascinados por eles. E já garanto que eu, Killyk Eleniak, sou o mais desinteressante de todos.

Tendo concluído esta primeira etapa – clássica introdução – começa agora, por assim dizer, o enredo propriamente dito. A partir daqui os capítulos serão maiores, mais densos e mais carregados de informações. Manterei o esquema prévio de um capítulo para cada grupo de aventureiros, alternadamente. Antes de eu encerrar esta intervenção, cabem ainda mais algumas considerações.

O leitor mais desatento pode acabar acreditando que os navios "Barestia" e "Briss" aportarão na mesma cidade. Talvez essa impressão possa ser causada devido a duas viagens em alto-mar terem sido descritas uma próxima à outra, mas deixo aqui o esclarecimento: a nau anã "Barestia" aportará na cidade portuária de Feritia, na costa oeste de Behatar. Já o barco élfico "Briss" ancorará no forte de Tileade, ao sul do mesmo continente. Dois locais diferentes e relativamente distantes um do outro.

Para facilitar a orientação geográfica daqueles que não conhecem Behatar, tornando mais simples situar os espaços onde se desenrolará a história, esbocei um mapa do continente. Não sou bom nisso: tive antepassados cartógrafos, mas eu mesmo não constituo um. Espero, ao menos, que meu esforço torne a leitura deste épico mais prazerosa. Incluí uma legenda explicativa, porém entendam que não sou nada bom com proporções ou escalas e o conjunto da obra pode acabar se mostrando um tanto estranho. Mas, como dizem nós bardos, "um verso malfeito, se sincero e vivaz, ainda é um verso".

E ah, os mais atentos com certeza notaram alguns versos de minha autoria ao término do capítulo anterior

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E ah, os mais atentos com certeza notaram alguns versos de minha autoria ao término do capítulo anterior. Para conceder maior lírica ao texto, acrescentarei tais composições por mim escritas no final dos capítulos em que eu houver tomado parte. A razão de não fazer isso em todos os capítulos da narrativa é, além de eu não ter bons versos em quantidade suficiente, não cansar o leitor com minhas visitas às musas. Aquelas que eu compartilhar, entretanto, estarão sempre relacionadas ao tema do respectivo capítulo e certamente agradarão aqueles que passarem seus olhos por esta epopéia, incluindo os ansiosos belicosos já mencionados.

As citações de grandes filósofos e pensadores continuarão uma constante. Vejo como uma forma de agradecimento, pois, se eu não os houvesse lido quando mais jovem, por certo não teria me tornado nem metade do que sou hoje, e não estaria redigindo esta grandiosa história. Além do mais, as palavras sábias que registraram tornarão o texto ainda mais eloqüente.

Encerrando este interlúdio, avanço, sempre iluminado por Mager, protetor das artes, em direção à continuidade desta narrativa...

A cidade de Feritia.

Heróis de Boreatia: A Perfídia de MackerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora