05. É apenas curiosidade

1.5K 94 7
                                    

Quando Hermione acordou, Malfoy já tinha ido embora. Ela pôde sentir a sua ausência antes mesmo de abrir os olhos. O cheiro dele no quarto estava desaparecendo. Fazia horas.

Ela sabia que, logicamente, não deveria se sentir magoada. Mas se sentia.

Sem abrir os olhos, ela se virou e se repreendeu. Ela esperava acordar e encontrá-lo ainda por perto? Esperava que ele decidisse depois de alguns dias transando com ela que não se importava mais com o seu status sanguíneo e então eles namorariam, pois o sexo era incrível?

Ela bufou e abriu os olhos.

Quando se sentou e examinou o quarto, começou a se lembrar de breves lampejos dele tentando se afastar e sair do quarto. Tentando ir buscar outra pessoa.

Quando se sentou no meio da cama, uma sensação de horror tomou conta de si conforme a lembrança dele tentando lutar por seus instintos e ficar longe dela se tornava cada vez mais clara.

Ela tinha subido em cima dele e começado a lhe dar uma punheta.

Hermione se afastou e escondeu o rosto no travesseiro com a lembrança.

Depois disso, houve muito sexo que conseguia recordar apenas parcialmente. Ambos foram arrastados pela dinâmica Alfa-Ômega, cheia de palavras e promessas que surgiram de algum lugar instintivo.

Ela se sentiu como se tivesse levado um soco. Malfoy provavelmente se lembrou de si mesmo no momento em que o cio dela terminou, depois que sua cabeça ficou livre de todos os hormônios e instintos induzidos por ela. O sorriso amargo que apareceu no rosto dele quando a névoa finalmente desapareceu de sua mente se destacou em sua memória.

Hermione ainda não conseguia entender tudo.

Hormônios ou não, ela queria morrer de vergonha.

A pior parte era que, se acontecesse novamente, não tinha certeza de que podia fazer algo diferente. Apesar de sua determinação inicial de passar pelo cio sozinha, ela rapidamente descobriu que decidir isso era uma coisa. Mas tentar suportar aquilo sozinha era outra questão inteiramente.

Foi horrível.

E ela o categorizou como tal com a autoridade de alguém que havia sido torturada repetidamente por Bellatrix Lestrange.

Seu corpo parecia que estava queimando. Cada centímetro dela estava sintonizado e super-sensível em antecipação a algo que não estava acontecendo e que não iria acontecer. Tudo machucava sua pele. As roupas que usava. A água. Até os lençóis. Seu estado de excitação era incontrolável. Tudo o que fazia para tentar aliviar apenas aumentava a necessidade frustrada.

A angústia física era apenas parte. Tinha sido o aspecto mental que quase a quebrara.

Ela não deveria estar sozinha.

O isolamento provocou uma sensação avassaladora de injustiça em um nível instintivo. Ela não deveria estar sozinha. Ela não deveria estar sozinha. Havia algo profundamente errado em suportar aquilo sozinha.

Alguém deveria estar lá. Alguém deveria estar com ela; para ajudá-la, acalmá-la.

Mas ninguém estava lá com ela.

Ela estava sozinha. Ninguém estava lá.

A consciência implacável a deixou quase histérica.

Ela estava sofrendo por dentro e por fora e ninguém viria ajudá-la.

Ficou cada vez pior. Hora após hora.

Quando ela teve momentos de não-choro e de tentar encontrar uma maneira de aliviar toda a miséria que estava enfrentando, ela pensou em chamar McGonagall e pedir que enviasse alguém, mas não havia ninguém em quem pudesse pensar... Ela não iria estragar o relacionamento de Neville com Hannah para ter uma orgia de uma semana com ele. Goldstein, ela... ela não sabia. O pensamento parecia errado.

All You Want | DramioneWhere stories live. Discover now