All You Want | Dramione

21. Todo esse sangue ruim aqui

Hermione a encarou em silêncio por vários segundos. Então franziu as sobrancelhas e deu a Pansy o que Hermione esperava ser uma expressão calma e reconfortante.

— Isso é... muito legal de sua parte, Pansy — Hermione disse, tentando esconder qualquer sarcasmo ou incredulidade de seu tom. — Mas não estou procurando um marido, na verdade.

Pansy apenas sorriu ainda mais e arqueou uma sobrancelha.

— Não, claro que não, uma bruxa nascida-trouxa inteligente como você, nunca faria nada tão enfadonho como ir à escola em busca de um casamento vantajoso. Você não precisa de um homem. Você pode mudar o mundo sozinha.

Hermione apenas a olhou.

O sorriso de Pansy se tornou perverso.

— Bem, você poderia, até seu aniversário. Sua situação não é tão singularmente empoderada agora, certo?

Os olhos de Hermione se estreitaram.

— Oh, não, Hermione Granger está me encarando — Pansy disse jogando suas mãos perfeitamente manicuradas para o ar, em falso terror. — Você vai utilizar seu status de heroína de guerra e me obrigar a escrever falas? "Eu não permitirei o patriarcado" em 95 centímetros.

Pansy fez beicinho e sacudiu sua varinha. Uma dúzia de pergaminhos e penas de repetição rápida apareceram no ar e começaram a rabiscar as palavras, de novo e de novo.

— Na verdade, esse é um feitiço muito útil — disse Pansy, inspecionando o esmalte de seu dedo indicador. Ela tinha como pano de fundo uma verdadeira parede de pergaminho que crescia continuamente, preenchida com as palavras "Eu não permitirei o patriarcado." — Quando você é criada para ser uma socialite, sua mãe te ensina coisas como imprimir uma centena de menus simultaneamente. Mas é claro, você é muito inteligente e esclarecida para hospedar uma festa de gala. Você será muito importante, redigindo leis e tentando fazer com que a Suprema Corte dos Bruxos leia seu projeto de cinco mil páginas sobre os direitos dos elfos domésticos. Você provavelmente nem aparecerá em um evento, a menos que seja obrigatório. Quero dizer, que tipo triste de garota gasta centenas de galeões em um vestido apenas para sorrir e conversar sobre os sapatos da temporada e ingressos de quadribol?

Hermione olhou para Pansy de forma preocupada. A garota claramente não estava bem; ela precisava de aconselhamento e talvez uma leitura de O personagem feminino, de Viola Klein.

— Meu Deus, Granger, posso praticamente ver você montando uma lista de livros esclarecedores para mim. — Pansy deu uma risadinha audível. As penas ainda estavam escrevendo "Eu não permitirei o patriarcado".

Hermione desistiu de tentar ser legal.

— Parkinson, tenho aula em breve, se você não tem nada sério a me dizer, por favor, vá embora.

— Eu acho que isso é bastante sério — Pansy disse com um encolher de ombros. — Eu te disse que encontraria uma maneira de pagar minha dívida. Na verdade, isso é algo em que eu sou muito boa e que você seria intrinsecamente ruim, se não fosse pelo fato de poder se casar com qualquer Alfa que deseje. Você tem todas as opções ao seu dispor. Se eu não estivesse em dívida contigo, você não tem ideia do quanto eu provavelmente te odiaria por isso. Bem, eu ainda te odeio, para ser honesta, apenas um pouco menos.

— Espere. Você está com inveja de mim por eu ser uma Ômega? — Hermione disse, sentindo-se incrédula.

Pansy precisava urgentemente de aconselhamento.

Pansy fungou.

— Ao contrário de você, eu não fui criada ouvindo que seria a próxima ministra dos trouxas, ou o que quer que seja o governo deles. Minha mãe me criou para me casar. Para encontrar o partido mais vantajoso possível. Os Parkinson não são ricos, mas somos uma família antiga. Eu sou uma sonserina, sou mais ambiciosa que você, Granger, a diferença é que fui criada sendo ensinada que era imprescindível conseguir um casamento vantajoso. — Pansy suspirou fracamente. — Claro, isso está um pouco arruinado para mim agora. Eu "despedacei todas as minhas chances", como minha mãe me lembrou prestativamente durante todo o verão. O que posso dizer? Eu apostei e perdi.