24. Entre nós dois

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Os olhos de Draco se arregalaram inocentemente.

— Eu?

— Sim — Hermione apertou os lábios enquanto o olhava fixamente. — É como aquele arranhão que você teve no terceiro ano?

Draco ficou em silêncio por um momento. A expressão de Hermione ficou indignada e ela começou a se contorcer e tentar pular da cama.

— Você é inacreditável — disse, furiosa.

— O quê? Como você pode me acusar de fingir? Eu nem queria vir aqui — Draco disse, recusando-se a deixá-la escapar. — Eu queria te levar de volta ao nosso quarto e te beijar. Foi você quem me arrastou para o escritório da diretora e me fez vir aqui.

Ela parou de tentar escapar, mas continuou a olhá-lo com desconfiança.

— Eu nem pedi para você ficar. Foi você quem decidiu ficar — acrescentou, retirando as mãos. Seu olhar era reprovador. — Pode ir se quiser.

Hermione suspirou. Ela nunca teria pensado que alguém tão grande e musculoso como Draco Malfoy pudesse se parecer tanto com um cachorrinho quando estava triste.

— Eu não vou sair. — Ela revirou os olhos e soltou um longo suspiro. — Mas você tem a reputação de ser dramático demais. Eu... eu não tenho certeza de como ficar perto de você e não ser nem um pouco desconfiada.

O rosto de Draco caiu visivelmente.

Hermione sentiu uma pontada de culpa. Queria colocar as mãos sobre os olhos dele para escondê-los. Quando ele a olhava assim, ela precisava reprimir a tentação de se inclinar para frente e beijar sua expressão.

Seus olhos eram como enormes piscinas prateadas de emoção. Era como olhar para um bebê unicórnio.

— Não quero dizer que não confio em você. — Ela virou a cabeça para cima e estudou o teto. — Eu simplesmente... nós temos muita história. Isso torna tudo muito complicado. Quer dizer, olhe a bagunça que acabamos de começar a resolver. É como se fôssemos projetados para não nos entendermos. Passei os últimos meses tentando lidar com o fato de que estava dormindo com você, embora acreditasse que você não queria nada comigo. Tentar te ver de uma forma diferente de repente... são muitas conversas que de repente não entendo o significado. Muitas vezes você disse coisas e eu simplesmente presumi que fosse uma referência ao fato de eu ser nascida-trouxa. Agora eu nem sei sobre o que conversamos na maior parte do tempo quando conversamos. — Sua voz sumiu ligeiramente.

— Você poderia ter perguntado — disse ele calmamente. — Eu teria te contado, se você tivesse perguntado.

— Eu sei. — A cabeça de Hermione caiu. — Presumi as coisas porque parecia mais seguro do que perguntar. Eu não... sou muito boa em ficar vulnerável. — Hermione engoliu em seco ao olhar para ele. Seus ombros pareciam tensos. — Ter isso acontecendo comigo – a apresentação – honestamente foi mais assustador do que qualquer outra coisa que já enfrentei. Pelo menos durante a guerra eram forças externas. Mas isso está dentro de mim. É meu corpo e minha mente e parece que eles estão me traindo. Eu não sei o que fazer. Sempre fui capaz de confiar em minha mente. Ainda mais do que na magia. Minha mente é... quem sou. Mas agora sinto que não é mais. Não totalmente. — Seu olhar caiu para os pulsos. — Eu não sei qual é a maneira certa de ser corajosa em relação a tudo isso. Então... eu simplesmente decidi ficar infeliz com a nossa situação, ao invés de enfrentá-la e correr o risco de tornar tudo pior do que já era.

As mãos de Draco deslizaram ao redor de sua cintura.

— Não é sua culpa. Você nunca disse que minha liberdade condicional era a razão pela qual me escolheu para marcar o cheiro em você. Eu simplesmente não pude acreditar quando você me deu outras razões. Achei que eram para me fazer sentir melhor.

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