35. Tudo o que você quiser

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Draco estava sentado no sofá de seu quarto, observando Hermione andar em pequenos círculos ao redor da mesa de centro. Os ombros dela estavam curvados em torno de suas orelhas, seus braços estavam cruzados e ela estava em sua quingentésima volta.

Draco estremeceu e a estudou enquanto ela passava por ele mais uma vez em seu caminho já gasto. Ele estava ignorando uma sensação irracional, mas opressora, de que ela estava em grave perigo e de que, caso ele tirasse os olhos dela por um momento, ela morreria e seria inteiramente sua culpa.

Era estressante, para dizer o mínimo.

Ele queria pegá-la e abraçá-la com tanta força de forma que pudesse sentir seus batimentos cardíacos. Infelizmente, ela tinha estado... sensível ultimamente, então em vez de interrompê-la, ele estava sentado no sofá, observando-a cuidadosamente caminhar ao redor da mesa de centro pela quingentésima oitava vez.

— Há algo que estamos esquecendo? — ela perguntou, depois de mais dez voltas.

A mandíbula de Draco se contraiu.

— Hermione, se esquecermos algo, podemos chamar um elfo doméstico.

Ela deu um breve aceno de cabeça e continuou andando.

Depois de outra meia hora, Draco não conseguia mais sentar e assistir. Ele se levantou bruscamente. Ela parou e olhou para ele e os olhos dela ficaram maiores. Ele estendeu a mão para ela.

— Venha aqui — ele disse, sua voz persuasiva.

Ela sacudiu a cabeça e vacilou por um momento antes de seus olhos escurecerem e ela se mover em direção a ele. Ele descansou as mãos nos seus ombros e então as deslizou até a base do seu pescoço enquanto tentava passar um pouco de sua calma externa para ela por osmose.

— Pare de se preocupar. Eu estou aqui. Eu vou cuidar de você.

Hermione deu um pequeno aceno de cabeça e se apoiou nas mãos dele por um segundo antes de se enrijecer abruptamente.

— Ohhh. Eu esqueci, havia uma linha que eu queria adicionar à minha redação de Transfiguração. Eu pensei nisso outra noite.

A boca de Draco se contraiu e ele a puxou contra seu peito e passou os braços ao redor dela.

—Você já entregou sua redação de Transfiguração.

— Eu sei — disse Hermione em uma pequena voz desamparada.

Draco revirou os olhos.

— Pare de pensar na escola.

Ela se mexeu.

— Estou tentando, estou sentindo tanto calor que sinto que preciso fazer algo, mas meu cérebro está turvo. — A voz dela saiu baixa e abafada entre as vestes dele.

Draco a pegou e se sentou no sofá. Ele passou os braços com força ao redor dos ombros dela.

— Está tudo bem. Isso é normal, é como geralmente é. Você leu os livros. Eu estou aqui, vamos fazer isso juntos. Não se preocupe. Eu nunca vou deixar nada acontecer com você.

Hermione deu um pequeno aceno de cabeça e escondeu o rosto contra a base do pescoço dele, os ombros dela ainda tensos.

— Você poderia conversar comigo? Me ajuda a relaxar quando você fala.

Draco pensou por um minuto e então, com um sorriso malicioso, começou a recitar curiosidades sobre quadribol. Hermione bufou e o cutucou antes de se enrolar em seu ombro. Draco brincou com o cabelo dela e lhe contou sobre todos os tipos de informações obscuras sobre quadribol e técnicas especializadas de vôo que ele sabia que ela realmente não ouviria. Depois de dez minutos, ele sentiu a tensão finalmente começar a sumir dela. Quando ele não conseguiu pensar em mais nada relacionado ao quadribol para dizer, ele mudou para contos divertidos e sórdidos de sua história familiar.

All You Want | DramioneWhere stories live. Discover now