Capítulo 08

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Luiza Catarina

- Bom, era sobre isso que eu ia falar com você. - Ele me olha e vem para perto, parando e sentando na mesa um pouco ao meu lado.

- Pode começar. - Não dá pra descrever que misto de sentimentos são esses.

- Vamos lá, meu bem, sua mãe não é sua mãe de sangue.

- Sério? - Sinto meu corpo fraquejar.

- Sim, mas não se preocupe, a Jéssica não chega aos pés da sua mãe na ruindade. - Fala tranquilamente.

- Você vai falar isso tranquilamente? - Tento me levantar sem sucesso.

- Olha, meu bem, tudo acontece por um motivo.

Após ouvir a revelação chocante sobre minha mãe, senti um misto de raiva, confusão e tristeza. Minhas pernas tremiam enquanto eu lutava para processar essa informação.

Olhei para ele com os olhos marejados. Por mais que a Jéssica não seja uma boa mãe ela sempre esteve presente.

-Quem é minha mãe biológica então? E por que nunca me contaram?

Ele suspirou e olhou para o chão antes de responder. Acho que estava pensando em uma maneira pra amenizar a situação.

- Sua mãe biológica é uma mulher chamada Késia. Ela era muito jovem quando teve você e não estava pronta para ser mãe naquela época. Sua mãe adotiva, aquela que você sempre conheceu como sua mãe, decidiu te adotar e te criar como se fosse sua própria filha já que ela tinha começado a namorar o seu pai.

As palavras dele ecoaram em minha mente enquanto eu tentava assimilar tudo. Minha mãe biológica, Késia... Será que ela ainda estava viva? Será que ela sabia da minha existência?

-Eu quero conhecê-la. Quero descobrir a verdade por mim mesma.

-Sua mãe biológica não é uma boa pessoas. Não faça nada antes de descobrir o assassino do seu pai.

Eu sabia que ele estava certo, mas o desejo de conhecer minhas raízes era forte demais para ignorar. Eu precisava descobrir quem eu realmente era e de onde vinha.

-Sei que quer falar com ela, mas por favor, meu bem, pensa bem. Podemos acabar perdendo pistas do assassino. - Diz, olhando para mim fixamente.

-Depois disso tudo, vou poder conhecer minha mãe?

-Digamos que eu não recomende nem que você a olhe.

-Aham. - Concordo, balançando a cabeça.

-Você terá que me garantir que vai ficar quieta ou eu vou intervir do meu jeito. - Fala, levantando-se e indo ao canto da sala onde fica uma pequena adega, colocando uma espécie de uísque em dois copos. - Continua falando sobre os suspeitos. Além das suas mães, tem o... - Alguém bate na porta.

-A Luiza está aí? - A voz de Gregory.

-Entre, Gregory. - Fernando.

-Eu só queria saber se a Luzia está aqui. - Ele entra no escritório.

-Já viu? - Fernando.

-Sim, mas antes, está tudo bem, Luzia? - Ele pergunta me olhando, e Fernando faz o mesmo.

-Tá sim, doutor. - Digo.

-Fora do hospital, pode me chamar só de Gregory, Luiza. - Fala calmo e sai fechando a porta.

Poucos segundos depois da porta ser fechada, Fernando se aproxima me entregando um dos copos.

-Beba.

-Não, obrigada. - Coloco o copo em cima da mesa dele.

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