Capítulo 27

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Luiza Catarina

Me levanto saindo da cama. Não preciso mais fingir, se o Fernando sabe que eu tô acordada.

-Eu tenho um evento pra você ir. - Ele diz se sentando na cama enquanto eu estou em pé.

-Que evento? Da última vez não foi agradável; acabei encontrando a vaca da minha mãe. - Debocho da palavra mãe.

-O pai da sua amiga vai estar lá. - Ele se levanta, me abraçando.

-Por que não me disse tudo sobre os suspeitos? - Tento me afastar, mas é inútil.

-Por que tem muita gente envolvida nessa merda, e eu não queria colocar você nisso, mas agora você sabe de tudo, ou quase tudo, então não tem porque me preocupar.

-Você alguma vez cogitou me deixar livre de você? - Pergunto, e ele se afasta, passando a mão na barba.

-De novo com isso?

-Sim, de novo! - Ele chega perto, parando a centímetros do meu rosto, e logo pega meu rosto com as mãos, olhando em meus olhos.

-Não! - Ele sorri e começa a apertar o meu rosto.

-Se tá me apertando, Fernando.

-Você é tão fraca e ao mesmo tempo tão teimosa. Eu não queria ter que destruir e
você... - Ele deixa um selar em meus lábios.

-Para, Fernando!

-Eu vou parar, mas só depois de foder você pelos atrasos. - Sinto vontade de dizer que não quero, mas meu corpo diz que quer.

Ele olha profundamente nos meus olhos.

- Queria que soubesse o quão louco eu sou por você... Só queria isso! - Ele fala, e ouvimos batidas na porta.

- Senhor, precisamos de você! - A voz está aflita e é feminina.

- O que foi, Clara? - Ele pergunta, ainda me segurando, ou melhor dizendo, me apertando.

- Senhor, o seu irmão está desmaiado! - Ela diz, e ele rapidamente se afasta e vai em direção à porta, mas antes para e se vira. - Só para esclarecer, isso ainda não acabou, meu bem. - Ele sai primeiro, e eu logo em seguida, recebendo um olhar malicioso da funcionária que eu nunca vi.

Toda vez que conheço algum funcionário novo, essa casa parece um palácio. Não tem como eu saber quem é todo mundo, sendo que sou nova aqui.

Chegamos na sala e vemos o Fabrício desmaiado, muito pálido.

- Você não trabalha em um hospital, sua idiota. Dá pra vir ajudar. - Fabiana fala sem nenhuma paciência.

- Pra sua informação, eu acabei de chegar no local, sua ridícula sem um pingo noção de moda. - Falo enquanto analiso sua roupa. Ela está usando uma calça vermelha de couro cós baixo, um body de renda rosa e uma sandália rasteira.

- A sua... - Ela é interrompida pelo irmão mais velho.

- Cuidado com o que fala! - Ele alerta em tom de ameaça.

Olho em volta e vejo que querem colocar ele no sofá mas eu não deixo.

-Deixe ele no chão me tragam um cadeira e ligue para a emergência. RÁPIDO.-Vou ate ele e começo a vez sua pulsação e logo percebo que seus batimentos estão fracos o que é comum em situações de desmaio.

Chegam com a cadeira e coloco as pernas dele encima da mesma. Afrouxo a camisa social dele e tiro seu sinto percebo o olhar do Fernando queimando em minhas costas mas ignoro.

Aos poucos ele abre os olhos e parece confuso está pálido e está apresentando uma sudorese que também é normal.

- Ugh, o que aconteceu? Por que estou deitado aqui e assim?-Ele pergunta confuso.

-Calma. Você desmaiou, mas está tudo bem agora. Sou eu Luiza e eu sou enfermeira não levante agora fiquei alguns minutos deitado com as pernas para cima ajuda o sangue a chegar no cérebro.

-Desmaiei? Não lembro de nada. Isso é estranho. O que aconteceu?-Ele coça a cabeça tentando lembrar

-Parece que teve um mal-estar momentâneo. Você está se sentindo melhor agora? Alguma dor?-Pergunto vendo os dois irmãos suspirar aliviados.

-Só uma leve tontura. Onde estou?

- Está em casa e em segurança. Se precisar de ajuda, estou aqui.

-Obrigado. Isso é tão estranho. Nunca me senti assim antes.

-Às vezes, nosso corpo nos surpreende. Se sentir algo incomum, não hesite em buscar ajuda médica. Estou aqui se precisar de mais alguma coisa até a emergência chegar.

Vou conversando com ele para tentar deixá-lo mais à vontade. Em pouco tempo, uma ambulância dos bombeiros chega e faz algumas perguntas antes de levá-lo.

Suspiro após a saída dos bombeiros. Mesmo trabalhando em um ambiente sob pressão, ainda fico um pouco nervosa. Gostando ou não, é uma vida que não dá simplesmente para descartar.

-Ta pensando em quê? - Saio dos devaneios com o Fernando me chamando.

-Em nada!

-Eu acho melhor você voltar a morar aqui. Você está entrando em um ambiente perigoso! - Diz, sentando no grande sofá.

-Olha, eu já sei, tá legal. Eu sei que tem muita merda pra se discutir, mas ficar sempre presa a você e a essa casa não é o que eu quero. - Falo, e ele passa a mão entre a boca e o nariz.

"Ele faz isso quando tá nervoso é mania?" - Penso.

-Luiza, é tão difícil entender, nem que seja à força, você vai ficar! Eu quero muito, muito mesmo, que você só tenha essa versão de mim. - Ele fala, olhando nos meus olhos, o que me deixa incomodada.

-Versão? Como assim?

-Eu sou muito bonzinho com você, e essa é a versão que eu quero que você tenha de mim, mas não é o que você parece querer. - Joga a cabeça para trás, apoiando-a no sofá.

-Está apaixonado por mim, Fernando? - Pergunto em tom de zombaria.

-Apaixonado? Não. - Fala, levantando a cabeça e me olhando novamente. - Completamente obcecado seriam as palavras certas. - Sinto um frio na barriga, mas não é medo.

-Para de loucura! - Disse revirando os olhos, ignorando o frio na barriga.

-Não é loucura, é a realidade, e todos já viram, menos você! - Ele sorri de maneira assustadora.

-Você não parece ser obcecado por mim! - Falo.

-Quer que eu prove que sou? - Ele se levanta.

Olho em volta, vendo que a irmã dele está em um canto conversando com os funcionários. Volto a olhar para Fernando, e ele diz:

-SAIAM TODOS. - Sua voz é mais autoritária que o normal, vejo a irmã e os funcionários se olhando confusos. - ACHO QUE NÃO OUVIRAM. SAIAM AGORA!

Todos se apressam em sair, até mesmo a Fabiana. Ela parece temer ele, mesmo que não demonstre.

"Todos temem ele..." - Penso.

Volto à realidade, e Fernando me encara. Sinto uma vontade de correr e fugir dele, mas meu corpo não obedece.

-Quer que eu prove que sou louco por você? - Diz, vindo rapidamente e agarrando minha cintura.

-Não quero que prov... - Ele coloca o dedo na minha boca, impedindo-me de terminar a frase.

-Shh. Em breve você vai ver, ou melhor dizendo, perceber. Boa noite, meu bem. - Deixa um beijo no canto da minha boca e sai.

Olho para ele, que está subindo as escadas.

"Essas coisas só acontecem comigo?"

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Pode conter erros ortográficos.

Desculpa o capítulo ruim, mas foi o que eu consegui 🤡

VOCÊ PERTENCE A MIMWhere stories live. Discover now