Capítulo 40

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Luiza Catarina

Hoje é o dia em que vou me apresentar para o conselho. Com a morte repentina da Jéssica, uma cadeira surgiu e é nela que eu vou estar daqui para frente!

Saí do hospital, mesmo que por muito tempo esse tenha sido meu sonho e minha meta, agora eu preciso de algo melhor, maior e mais gratificante.

O Matias é a pessoa que mais tem me ajudado com essa situação, e o Fernando deu uma leve surtada com o amigo, justamente por ele passar tempo comigo.

Segundo o Fernando, o único que pode falar comigo e ser meu amigo é o Gregory. No fim de tudo, ele se acalmou e me pediu para sempre estar com ele quando eu estiver com outros homens. Ele é meio maluco das ideias, mas fazer o que amo esse homem.

-Tá tensa? - Fernando me tira dos pensamentos enquanto o carro está parado no sinal.

-Na verdade, estou pensando...

-Sobre? - Ele puxa para um selinho rápido, voltando a dirigir.

-Sobre como um cara totalmente louco começou a me perseguir depois que eu cuidei dele no hospital. Como se isso não fosse o suficiente, ele ainda me queria em troca de me ajudar a vingar o meu pai. Uma história bem louca, né?!

-Sim, gostei desse cara, parece que ele é bem decidido no que quer, foi até o final. Mas me diz uma coisinha: ele conseguiu?

-É. - Suspiro. - Ele conseguiu.

-Deu trabalho, mas valeu a pena! - Ele sorri vitorioso enquanto estaciona o carro em frente a um prédio enorme.

Enquanto desço do carro, vejo um homem loiro chegando na gente. Ele aparenta ter entre 30 e 40.

-Seja bem-vindo novamente, senhor. - Ele diz sorrindo para Fernando, e eu tenho certeza absoluta que já ouvi essa voz antes.

-Também estou feliz, não vinha diretamente pra cá desde o tiro. Bom, essa é a Luiza, minha mulher. - Ele diz apontando para mim. - Esse é o Galego. - Não consegui conter o meu sorriso ao saber que este homem era o tão famoso Galego ou James dois.

-Prazer, senhorita. - Ele estende a mão para mim.

-Prazer. - Pego em sua mão, ainda sorrindo.

Me viro para olhar para o Fernando, que parece estar com um olhar mortal. Seguro em sua mão antes que ele faça alguma coisa; a cabeça deste homem é uma coisa de louco.

-Bom, Galego, a gente tem que ir. Tenha um bom dia. - Saio andando com o Fernando para dentro do lugar. Ele aperta minha mão, mas não o suficiente para me machucar, apenas para incomodar.

-Não gosto que sorria para outros homens! - Ele para de andar quando chegamos na frente de um elevador.

-Sou uma pessoa comunicativa, sempre vou falar com todos! - Entramos no elevador, e o Fernando aperta no botão.

-Apenas não fale, você não precisa de ninguém, já tem a mim.

-Deixa esse papo de doido para depois, Fernando, agora não é o momento, meu amor. - Ele sorri.

-Agradece por eu estar de bom humor hoje porque se não, teria estourado a cabeça do Galego na sua frente.

-Só porque eu sorri pra ele? - Pergunto sorrindo com uma sobrancelha arqueada, o olhando de canto de olho.

O elevador se abre e saímos.

-Não porque você sorriu. A culpa nunca vai ser sua, é só porque ele viu algo que é exclusivamente meu.

-Quem disse que meu sorriso é seu? - Ele me guia até uma porta.

-Eu disse, e em breve você também dirá. - Ele diz, me puxando para um beijo.

Tenho quase certeza de que ele não aguentaria passar duas horas sem me beijar. Quando nos separamos, ele segura minha mão e entramos na sala.

Tem apenas dois lugares na grande mesa, entramos e nos sentamos. Essa sala é muito fria e eu não estou falando do clima. Parece que estou rodeada de rostos escuros e maliciosos, mas um se destaca. É um rosto da minha suposta irmã.

Ela me olha com nojo, e eu sorrio em devolução. Não tenho motivos para odiar e fazer com ela o que vou fazer com a maioria dos homens aqui nesta sala até agora.

-Seja bem-vinda, Luiza. - James fala, e os outros continuam a me encarar com seus rostos vazios.

-Obrigada, James. - Sorrio.

-Você é a filha do Luigi? - Um dos homens pergunta.

-Acho que este não é o momento para as perguntas, vamos deixar para o final; tudo ficará claro.

-Seja bem-vinda, Luiza. - A voz do Queiroz me faz olhar diretamente para ele. Como esse homem pode ser pai da Bia...

-Obrigada!

-Acho que ela terá que passar pela iniciação! - Minha suposta irmã fala com aquela voz chata que só ela tem.

-Também acho. - Um velho fala com um sorriso malicioso no rosto.

-O que é a iniciação? - Pergunto olhando para a chata que começou com o assunto.

-Você ficará nua na frente de todos e vão analisar você, podendo até mesmo tocar. - Os homens que estão ao meu lado estão sérios: Fernando, Gregory, Matias e Dominic.

-Isso não existe mais! - Gregory diz.

-Como não, se fizeram comigo! - Ela fala com o mesmo olhar que a mãe tinha quando estava com raiva.

-Quem fez? - Dominic pergunta; ela não responde de primeira, parecendo com medo.

-Eles. - Ela aponta para três velhos, e um deles foi o que falou que eu precisaria passar pela "iniciação".

Pensei que eles iriam defendê-la, mas na verdade deixaram quieto. Por que ninguém vai fazer nada?

-Olha filha, resolveremos isso depois. - James fala, acalmando a filha.

Um silêncio se instala no local, e isso me incomoda. Nem mesmo um mísero som, apenas silêncio.

-Acho que já resolvemos. - Um dos velhos fala.

-Conhecemos a substituta da Jéssica, e seja bem-vinda, querida. - O outro velho fala.

-Eu não vim substituir ninguém! - Não quero nunca, jamais, substituir aquela mulher.

-Tudo bem, querida, desculpa. - O homem fala.

Apenas aceno com a cabeça. O Fernando está com o maxilar travado, ou seja, ele está com raiva.

"Adoro ele assim." - Penso

-Bom, acho que já acabamos, certo? - O homem se levanta.

-Si... - Interrompi o homem que ia falar.

-Na verdade, não. - Me levanto indo até a frente da mesa, fazendo todos me olharem e os que estão de costas virarem.

Os olhares frios estão todos sobre mim. Fernando me olha curioso e ao mesmo tempo animado, Gregory e Matias sorriem já sabendo do plano. Dominic está confuso como todos os outros. Passo olhando todos, mas ele... Queiroz.

Ele me olha como se soubesse de tudo que eu fiz, o que eu acho que seja verdade, mas ele nem sonha o que eu irei fazer daqui pra frente.

-Acho que temos uma dívida pendente. - Falo sorrindo.

-E o que devemos, mocinha? - Um dos 10 velhos me olha com malícia.

-A vida!

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Pode conter erros ortográficos.

Lembrando que a história será reescrita e corrigida somente quando acabar❤️

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