Capítulo 31

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Luiza Catarina

A comemoração foi linda; estava tudo perfeito. O Fernando ficou com a mão entrelaçada à minha o tempo todo.

Estamos esperando para dar um tchau para a Bia. Já falamos com a mãe da formanda, e agora queremos falar com a própria.

-Luiza? - Fernando me chama.

-Oi?

-Você vai dormir lá em casa! - Ele afirma.

-Fernando, eu... - Ele me corta.

-Estou falando isso para sua segurança. Não confio na Jéssica, muito menos na Késsia. - Seu olhar me passa verdade.

-Tudo bem...

-Como você foi uma boa menina, vou te dar um presente. - Ele sorri.

-Tenho até medo desse presente.

-Você vai gostar; já percebi que você precisa. - Ele fala, e eu fico desconfiada.

-Vocês já vão? - Minha amiga aparece perguntando.

-Sim, nós já vamos. Amanhã cedinho, tenho que ir trabalhar. - Fala, indo abraçar minha amiga.

-Foi boa a rapidinha de vocês? - Ela cochicha em meu ouvido, me fazendo rir.

-Foi ótima. - Respondo, e quem ri é ela.

Olho pro Fernando que está visivelmente confuso com as nossas risadas.

Nós nos despedimos e saímos. O clima estava agradável, mas a brisa do vento fazia meus pelos se arrepiarem. Eu adoro sentir os sentimentos que a natureza pode proporcionar.

Na maioria das vezes, acabo nem percebendo o quão incrível é e tudo que este planeta pode oferecer.

Entramos no carro e partimos para a casa do homem ao meu lado. Fomos em silêncio até lá, mas não era um silêncio desagradável. Por algum motivo, gostei de tê-lo ao meu lado hoje.

Chegamos na casa e descemos do carro. Sinto minha barriga roncar de fome, e eu não sei se tem alguma coisa para comer.

Quando entramos, estava um silêncio absurdo. Achei estranho, ainda está cedo, e não tem ninguém fazendo barulho.

-Cadê todo mundo? - Olho para o Fernando.

-Fabiana está viajando, e o Fabrício está na casa da nova namorada dele. Os funcionários foram dispensados, menos os seguranças, claro.

-E o Gregory, Matias e o Dominic?

-Então, na casa deles. Eu quero te contar uma coisa, por isso tirei todos daqui.

-O que? - Pergunto curiosa.

-Vamos fazer alguma coisa para comer. - Ele diz, indo até a cozinha e eu atrás.

"Graças a Deus" - Penso.

Chegamos na cozinha, e ele começou a mexer na geladeira, pegando umas frutas.

Fico olhando ele de costas cortando as frutas.

"De onde saiu esse homem?"

Não sei de onde vêm esses pensamentos, mas estão ficando piores. Tento reprimir o que estou pensando; parece que estou no período fértil.

-Pode pegar um leite condensado no armário pra mim? - Ele pede olhando por cima do ombro.

Vou até o armário e pego o leite condensado. Coloco no armário em que o Fernando está cortando as frutas. Olho pra ele cortando as coisas.

"Eu tô com tesão em um homem fazendo uma salada de fruta?" - Penso.

-Se continuar me olhando assim, vou parar de fazer e vou foder você aqui. - Diz apontando pro armário. - E não vou reclamar!

-Você só pensa nisso? - Pergunto.

-Na verdade não. Só quando estou com você e tente me entender, eu passei meses sem sexo ou masturbação. - Ele fala, e eu pego uma tesoura pra abrir o leite condensado.

-Complicado. - Digo sem ideia do que poderia falar.

-Você é tão burrinha, meu bem. - Ele diz sorrindo.

-Por que? - Ele para de cortar, passa a mão no pano e vem até mim.

-Você me nega o que eu mais quero, o que eu daria tudo pra ter... - Ele segura minha cintura e o meu rosto. - Eu estou disposto a te dar tudo, absolutamente tudo, mas sempre você me nega.

-O que você quer? - Pergunto visivelmente nervosa.

-Descobri que consigo ser completamente maluco e controlador graças a você. Sei cada passo seu, sei quando dorme, sei quando acorda, sei quem entra e sai da sua casa, então, respondendo sua pergunta, eu quero você.

-Você é louco... - Respondo sentindo meu corpo arrepiar com sua respiração pesada.

-Eu nunca neguei, mas quero uma boa convivência com você.

-Eu nunca vou ser sua amiga!

-Não vai mesmo. - Diz colando nossos rostos. - Você vai ser minha mulher. - Ele junta nossos lábios.

Minha cabeça diz que não, mas meu corpo sempre se rende a qualquer toque dele. Ele tem o controle do meu corpo e agora da minha mente.

O beijo era calmo e me causava frio na barriga. Talvez seja a tão falada borboletas no estômago.

Ele me causa um misto de sentimentos antes eram todos ruins mas agora são bons, ele me traz um sentimento que há anos eu não sentia, ele me traz paz.

-Luiza... - Ele fala quando nos separamos do beijo com nossos rostos ainda grudados.

-Oi?

-Eu sei quem matou seu pai. - Ele diz, e eu me afasto.

-Você sabia há tanto tempo e não me falou? - Olho indignada pra ele.

-Matias Dominic e Gregory passaram os últimos dias investigando sem parar e hoje eles me mandaram o assassino. Eu ainda não abri, quero que você abra.

-Eu passei anos atrás de tudo e eles conseguem em uma semana? - Olho confusa.

-Eu investigo a anos a morte do Luigi e já tinha meus suspeitos nos últimos dias, sei que tem recebido visitas, monitoro tudo. Antes das visitas, os meninos já investigavam, mas acredito eu que isso ajudou de alguma forma.

Ele me entrega um envelope e volta a cortar as coisas. Porque isso parece ser tão errado, eu queria descobrir, mas nunca iria conseguir sozinha.

-Não sei quem foi, mas quem quer que tenha sido, você tem o meu aval e meu apoio para sua vingança. - Ele continua cortando.

-Fernando... - Ele me olha por cima do ombro.

-Não sei se quero abrir. - Olho em seus olhos. - Passei anos procurando isso, agora está aqui e parece errado. - Falo, e ele larga as coisas vindo até mim.

-Só abra se quiser e se sentir bem. - Ele me abraça.

Encosto meu rosto em seu pescoço, sentindo seu cheiro e entrelaçando meus braços por cima de seus ombros. Ele faz cafuné em meus cabelos.

-Você é o meu bem mais precioso, Luiza. Pode não acreditar, mas você é. Eu queria ter o poder de tirar tudo que você sente e colocar em mim. Sempre que se sentir péssima, desconte em mim. Me bata, me chute, me belisque, faça o que você quiser, desde que não chore. - Ele me aperta. - Se dói em você, dói em mim também. Se você chora, quero chorar também. Ver você chorando no jardim doeu na minha alma, e naquele instante decidi que faria de tudo para que você nunca mais chorasse. - Ele beija minha cabeça.

-Isso é uma declaração de amor? - Falo em meio ao choro.

-Isso é o que eu sinto. No começo, eu odiava que você me visse fraco ou que me visse demonstrando qualquer sentimento, agora quero que me conheça. - Ele levanta meu rosto, limpando minhas lágrimas com uma mão e segurando meu rosto com a outra. - Luiza, eu quero que você me conheça e me ajude a descobrir quem eu realmente sou. Vou pedir de novo... Quer ser minha, não hoje, não amanhã, mas para o resto de nossa vidas?

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Pode conter erros ortográficos.

O que acharam do capítulo?
Quem será o assassino?
A Luiza deveria aceitar?

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