Capítulo 34

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Luiza Catarina

Acordei cedo e fixei o teto enquanto Fernando dormia. Sinto uma sensação de segurança só em estar ao lado dele, mas minha mente diz para eu não confiar cegamente nele.

Minha mente começa a fazer um mapa mental de tudo que eu tenho que fazer para me vingar de todos. Olho para Fernando, que dorme tranquilamente.

-Eu realmente espero que não tenha nada a ver com isso; não gostaria de ter que me vingar de você. - Falo baixinho, apenas para eu ouvir.

Volto a olhar o teto, continuando o mapa mental. Tenho que descobrir todos os integrantes que votaram na morte do meu pai; depois, vou me vingar de cada um deles, mas antes de tudo, tenho que descobrir o que é esse conselho.

Lembro do envelope que deixamos na cozinha. Me levanto devagar e vou correndo o resto do caminho. Abro rapidamente para evitar que Fernando me veja.

Como James falou, foi a mulher que me fez. Ela envenenou ele, o que eu já sabia, mas tem outro nome: Karl. Aparentemente, esse homem está relacionado, mas quem é esse?

Arrumo tudo e volto para a cama, deito de novo olhando para cima. Quero perguntar tudo para o Fernando, tirar essa história inteira a limpo, mas ainda não posso.

- Ta pensando em quê? - Fernando tenta abrir os olhos com muita dificuldade.

- Pensando no que vou comer no café da manhã. - Mostro o sorriso mais cínico que consigo.

- Tenho certeza que é mentira, mas vou fingir que acredito. - Ele me puxa para dar um selinho, mas eu desvio. - Nunca mais desvie dos meus beijos. - Ele puxa meu rosto segurando com força.

- A gente nem escovou os dentes. - Falo fazendo cara de nojo.

- Eu não ligo. - Dessa vez, segura o meu rosto e dá um selinho demorado.

- Mas eu ligo! - Falo séria e ele sorri.

- Ah, Luiza. - Ele continua sorrindo. - Queria muito que visse o que eu vejo em você.

- Ta bom, agora levantei e vamos escovar os dentes, temos uma viagem para fazer! Ainda vou arrumar minhas coisas, mas antes vou no hospital rapidinho. - Me levanto indo ao banheiro.

Depois de me arrumar rapidamente, pego um Uber e vou pro hospital. Quando chego, vejo que hoje está até calmo, o que é raro de acontecer.

Entro atrás da única pessoa que eu nunca procurei dentro deste hospital, Cristina. Quando a encontro, ela me olha com a cara mais cínica que tem.

- Luiza? Que bom te ver? - Sorri à força.

- Chega de palhaçada! Não vim aqui bancar dia amiguinha, quero conversar em particular com você!

- Eu não quero falar com você. - Tenta passar por mim, mas eu seguro seu braço.

- Eu não convidei você, estou mandando. Se não quiser que te encontrem com a boca cheia de formigas amanhã, é bom lembrar que sei fazer uma pessoa sofrer muito e não morrer.

- Eu também consigo! - Tenta manter seu nariz em pé.

- Quer apostar quem de nós faz primeiro? - Debocho dela. - Agora você vai bem caladinha comigo pra antiga sala do Gregory e vai me responder tudo que eu quero!

Em silêncio, ela vai até o local e quando chegamos, aponto para ela sentar na cadeira.

-Fala logo que eu tenho o que fazer!-Ela fala com raiva.

-Eu também tenho uma viagem para fazer e é bem mais interessante do que falar com você, mas eu preciso de informações.

-Então, ande logo.-Ela cruza as pernas.

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