Capítulo 32

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Fernando Bernardi

Acabei de me declarar para Luiza; tenho dificuldade para respirar, meu coração está acelerado e sinto minhas mãos tremerem.

Luiza me causa essas sensações. Nunca me sinto nervoso perto de uma mulher, mas ela provoca isso em mim. Queria que ela imaginasse tudo que sinto por ela; talvez assim, ela aceitasse de uma vez.

Agora estou aqui sentindo um aperto no peito, esperando que ela corresponda aos meus sentimentos ou me negue de uma vez. Só de pensar que ela pode dizer não pela segunda vez, me sinto o homem mais infeliz do planeta.

-Eu quero ser sua em partes- Ela fala.

-Pera, o quê? -Falo, anestesiado em um misto de sentimentos bons.

-Aceito ser sua -Ela fala sílaba por sílaba.

Por um impulso fora do meu corpo, agarro ela em um abraço. Ainda segurando ela, a beijo. Coloco minha mão atrás de sua cabeça, segurando firme, tentando mantê-la mais perto de mim e evitar que ela fuja.

Nós nos separamos, e lembro do que ela disse.

-Como assim em partes? -Ela sorri.

-Não quero que você mande em mim! -Ela fala, colocando as mãos atrás do meu pescoço.

Queria muito retrucar, mas o toque espontâneo dela em mim me fez desmoronar qualquer argumento que poderia vir.

"O que essa mulher tem?" - Penso.

- A gente pode fazer um acordo. - Digo, e ela balança a cabeça em forma de negação.

- Eu que mando! - Ela fala, eu não aguento e começo a rir.

- Já disse que você é uma graça, meu bem?!

- Ah, não sou eu que mando? - Ela me olha séria.

- Não, não é você.

- Então... - Ela se afasta de mim. - Quero acabar com o que mal começou! - Ela diz séria, e eu fico em choque.

- Você não é nem louca! Não inventa, Luiza! - Falo, tentando me aproximar, mas ela se afasta.

- Quer pagar pra ver. - Balanço a cabeça que não.

- Então diz quem manda?! - Ela continua me encarando à distância.

- Você... - Falo baixo.

- Mais alto, não ouvi, meu bem.

- VOCÊ. Quem manda é você. - Falo, me sentindo impotente, e ela me mostra um sorriso vitorioso com um tom de zombaria.

Não gosto de me sentir vulnerável me colocando abaixo de outra pessoa, mas neste caso não achei ruim.

- Ótimo, você é um bom garoto. - Ela diz, vindo até mim e colocando os braços atrás do meu pescoço novamente.

Parece algo tão bobo, mas eu simplesmente não sei reagir aos toques dela.

- Tenho mais de trinta. - Falo, com as duas mãos em cada lado da sua cintura.

- Já tá perto de Deus. - Ela ri da piada, e mesmo sem querer, acabo rindo do seu sorriso.

- Você vai chegar lá, Luiza. A idade chega para todos.

- Mas quando isso acontecer, você vai estar ainda mais velho! - Ela me dá um selinho demorado.

Meu corpo reage muito rápido aos toques dela. Sinto que toda vez que ela faz o menor dos gestos, meu pau fica animado.

-Acho melhor você fazer logo porque eu estou com fome. - Ela diz logo após nos separarmos.

-Eu também, mas não vai ser a salada que vai me saciar. - Ela me empurra para a bancada e faz um gesto com a mão para eu ir logo.

VOCÊ PERTENCE A MIMWhere stories live. Discover now