Capítulo 26

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Luiza Catarina

- Fernando, estou meio perdida... Não sei ao certo o que sinto, mas é algo que mexe comigo. Preciso de um tempo para entender melhor, espero que compreenda. - Fernando olha para Luiza, perplexo.

- Luiza, eu faço de tudo por você, e parece que não valoriza. Não entendo por que está confusa. Estou dando o meu melhor, e esperava que você reconhecesse isso. - Suspira cansado se afastando.

- Fernando, não é que eu não valorize. Eu só preciso entender meus sentimentos. Não quero te magoar, mas não posso ignorar o que está acontecendo dentro de mim.

- Mas como posso continuar dando o meu melhor se não sei o que você quer? Eu me sinto perdido, Luiza.

- Fernando, eu entendo que isso está difícil, mas não posso simplesmente ignorar o que sinto. Talvez precisemos de um tempo separados para refletir sobre nós mesmos.

Fernando, com uma pitada de raiva e desespero, exclama:

- Um tempo separados? Isso só vai piorar as coisas. Eu quero resolver isso agora, não ficar afastados.

- Não é sobre se afastar. É sobre dar espaço para ambos respirarmos e entendermos o que realmente queremos. A gente mal se conhece.

- Luiza, eu não vou simplesmente deixar você se livrar de mim.

- Fernando, não se trata de me livrar de você, mas de entender o que está acontecendo dentro de mim. Eu não quero tomar decisões precipitadas.

- Olha, faço tudo por você, mas deixar você ir. Vou te explicar uma coisa que acho que ainda não ficou claro: você é minha, nem adianta tentar fugir, eu vou te achar e vai ser pior. Fique por bem ou vai ficar por mal!

- Para com esses papos possessivos. Não sou sua e se eu quiser sair, eu saio. - Falo e ele gargalha. - Ta rindo porque? Sou uma palhaça por acaso? - Falo com raiva.

- Você... - Fala apontando pra mim com as sobrancelhas franzidas. - Parece não entender que eu não sou um cara muito paciente... - Ele relaxa o corpo chegando na mesa e me agarrando novamente. - Sim, você é minha, não, você não é uma palhaça, talvez só um pouco cega pra realidade, mas palhaça não.

- Quando você decidiu que eu seria sua? - Falo com deboche.

- Começou com um "com licença" e a confirmação foi o "olha senhor, eu estou apenas fazendo o meu trabalho! Não fique me ofendendo se no final o senhor precisa do meu serviço". - Ele fala apertando minha coxa.

- Devo me preocupar por você lembrar exatamente o que eu falei e como você consegue lembrar perfeitamente?

- Luiza... - Segura o meu rosto com delicadeza. - Eu vivo o momento em que te conheci todos os dias. - Ele tenta me beijar, mas eu desvio, e o beijo pega na bochecha.

Ele suspira claramente, sem paciência. Afasta-se novamente, andando de um lado para o outro, tentando controlar sua raiva.

-Não sou um cara paciente, Luiza.- Ele passa a mão na barba rala, eu me perco na realidade por um instante, presa em meus pensamentos.

-Ele é louco, mas tem dinheiro e poder... Preciso dele por perto, mesmo que seja por enquanto; ele é útil, Luiza, use e abuse disso.

Volto à realidade, levantando-me da mesa. Ele logo se senta em sua cadeira, colocando as mãos na mesa e puxando a cadeira para mais perto, se aconchegando.

Olho para suas mãos, vendo seus dedos brancos pela força que ele exerce na madeira. Ele me olha com ódio, mas ao mesmo tempo tristeza ou seria decepção?

VOCÊ PERTENCE A MIMWhere stories live. Discover now