Capítulo 10 | Assassina (Parte 2)

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A família Tori era a de maior influência na cidade. Albert Tori, o matriarca, era prefeito e por tanto uma importante figura pública, sua mulher, Linda Tori, além de ser a primeira dama fazia vários projetos sociais que motivavam os cidadãos de Olians. Dylan e Yanna viviam a sombra dos dois tendo que serem perfeitos e bons moços, mas as coisas nem sempre são do jeito que devem.

Estava dentro de um táxi indo para rua Prince Eight, pronta para encarar algo que nem imaginava. Tive que pular a janela e sabia que quando voltasse para casa uma bela bronca me esperava. Mas isso não importava no momento, eu precisava ajudar o Sage, mesmo que sua última palavra, antes da ligação ficar muda, fizesse os pelos do meu corpo se arrepiarem cada vez que lembrava dela.

Segundos depois de receber a mensagem com o endereço, recebi outra mensagem avisando que eu deveria ir só e que se tentasse alguma "gracinha" Sage pagaria caro. Por tanto, não avisei ninguém e nem a polícia, seja o que for que estivesse me esperando na casa dos Toris eu enfrentaria sozinha.

— Chegamos moça. – A voz do taxista me fez despertar da névoa de pensamentos em que me encontrava. Olhei ao redor e fitei a enorme casa de cor branca do outro lado da rua. Era ela.

Peguei os vinte dólares no bolso traseiro e lhe entreguei.

— Pode ficar com o troco. – Sai sem esperar resposta.

O sol já estava se pondo e só se via no céu resquícios laranjas e roxos, a noite se aproximava e com ela o frio. Apertei meus braços contra o corpo e atravessei a rua. A vizinhança era calma e silenciosa, ao me aproximar da casa notei que ela estava escura, apertei a campainha e esperei. Nada. Apertei novamente. Nada de novo.

Olhei ao redor e tudo continuava deserto, mais parecia um bairro abandonado, respirei fundo dando a volta na casa.

A enorme piscina estava vazia, assim como tudo ao redor, mas coincidentemente ou não, a porta dos fundos estava aberta. Me aproximei e passei por ela.

Do lado de dentro o escuro fazia tudo ficar ainda mais assustador, a noite havia chegado e tudo que dava para ver eram as sombras da luz escassa dos fundos que entrava pelas janelas de vidro.

Passei pela cozinha, cheguei até a sala passando em seguida para o hall de entrada, tudo estava absurdamente quieto, parecia mais uma casa abandonada.

"Cadê todo mundo? "

Tentei ligar a luz, mas nada acendeu, Dylan havia feito isso? Preparado um cenário macabro para me assustar?

— Apareça Dylan! Eu tô aqui. – Gritei parando em frente à enorme escada que se dividia em duas na metade. Bem ali no meio existia um enorme quadro de toda a família pintada a óleo. Uma família que vivia apenas de aparência e status.

Um barulho vindo do segundo andar me fez olhar para cima, lá parado no topo da escada a direta estava o mesmo mascarado que entrou na minha casa e me atacou.

Segurei a respiração, sentindo todo meu corpo congelar. Eu não estava com medo, na verdade estava apavorada.

— Você. – Consegui dizer dando passos para trás.

"Sage! Você veio por ele, não esqueça Amber, você veio por ele"

O mascarado não falou nada, apenas desceu a escada de forma graciosa e lenta, em sua mão tinha uma faca.

— Cadê o Sage? – Tentei parecer segura, confiante. Mas minha voz tremeu no fim. Todo meu corpo tremia na verdade.

Novamente recebi o silêncio como resposta, isso já estava me tirando do sério.

SEGREDOS SUBMERSOS - REVISANDOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora