Muitas vezes fico esperando uma solução de problemas amorosos que não acontecem, é tipo quando colocamos a água do café para esquentar e a esquecemos depois de passar um tempo distraído vendo a Tevê ou no computador e quando vem aquele estalo corre-se até a cozinha e a água já secou.
Lembro-me de quando nos conhecemos e o teu olhar era tímido ao fitar os meus que quase sempre procuravam mirar o chão. Parece que foi ontem que fomos visitar a minha avó e passamos a tarde inteira levando picadas de pernilongos na beira do lago pescando. Você barrigudinho com uma mão na cintura, segurando a vara de pescar e com a outra sempre dizendo que naquele lugar tinha traíras, mas a realidade era de Carás pequenos e sem carne.
Quando dormimos juntos teu corpo entrelaça-se ao meu e assim a noite se vai até que ao levantar para beber água e retornar fico parado na porta olhando você dormir apalpando inconscientemente a cama a minha procura.
Fiquei na janela esperando o tempo voltar, mesmo não tendo muita paciência esperei, até que um dia me cansei de olhar o horizonte e o lugar onde juntos ficávamos por horas namorando e nada teve o mesmo significado que antes.
A espera tirou o encanto de tudo, foi como uma sala muito bonita com flores de mais de uma semana num vaso caro sobre a mesa.
Eram bonitas depois ficaram murchas e sem vida.
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LUGAR COMUM
Short StoryLugar Comum são crônicas que escrevi ao longo de muitos anos. Uma copilação de lembranças, coisas que a maioria dos jovens dos anos 80 e 90 viveram, sem nenhuma sombra de dúvidas você se verá em algum momento em muitas das linhas que postarei e cas...
