Imagine aquele vazio que não pode ser preenchido nunca.
Você abre a janela. Pessoas andam no vai e vem da cidade. Crianças
saem do colégio com suas risadas eufóricas. O sol adentra sua casa,
ilumina toda sua cama e não consegue aquecer o coração. A casa
vazia novamente, móveis antigos com suas histórias novas. Roupas
espalhadas pelo chão (herança da noite anterior).
O cheiro do teu corpo por toda parte em meio ao silêncio. Sombras
de um passado na memória, não permitem o descanso da mente.
Você, dentro de casa sem estar sentado à frente do computador,
falando na varada ao telefone.
Apego sem se apegar. Amor sem amar. Sexo com amor que não sacia,
só entorpece, adia o inevitável.
O significado do amor (nada incondicional), prioridades que são pará
grafos de obras de Shakespeare. Medo da solidão. Medo de gente que
diz: ''eu te amo''. Frieza. Brutalidade de sentimentos. Ausência de
lealdade, de presença, resquícios de mágoa, insegurança, traição.
A casa vazia, gavetas vazias, um prato só na mesa, um só travesseiro.
Silêncio que destrói a esperança.
Revisado em 28/03/2017
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LUGAR COMUM
Short StoryLugar Comum são crônicas que escrevi ao longo de muitos anos. Uma copilação de lembranças, coisas que a maioria dos jovens dos anos 80 e 90 viveram, sem nenhuma sombra de dúvidas você se verá em algum momento em muitas das linhas que postarei e cas...