Episódio 7 - Hoje, a Meia-Noite

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Quanto menos meninas, mais fácil ia ficando para a gente ir fazendo as gravações. E com as quatro candidatas atuais, as interações e imagens iam melhorando a qualidade. Era mais fácil a mistura e a conversa fluía com facilidade entre a banda e as meninas.

Já tínhamos feito umas gravações mais cedo, mas agora estávamos ajustando alguns áudios e fazendo algumas entrevistas individuais.

Os meninos fazem as suas entrevistas rápido, acredito que já pela prática que tinham, mas em vez de irem descansar ou fazer qualquer outra coisa, eles ainda permaneciam ali, fazendo companhia a equipe e as meninas enquanto terminávamos o trabalho. Estou sentada no chão, um pouco afastada, com um computador no colo, escrevendo alguns emails, quando uma pessoa senta ao meu lado.

— Muniz. Como vai a pupila do Bóris? — Bart não tenta ver o que eu estava fazendo no computador, apenas sorri e acaba deitando no chão ao meu lado, esparramando seus cabelos soltos pelo chão, ele parecia uma pintura realmente bonita.

— Pupila?

— É, o cara parece estar muito satisfeito com você, já que ele fica soltando elogios quando você não está presente... — me sinto feliz com as palavras do Bart.

— Acho que estamos indo bem, você não acha?

— Claro que sim. Vocês são bem organizados e não pensei que fosse ser tão divertido acompanhar o "princeso" nas gravações... Estávamos precisando dessa folga.

— Mas vocês não estão necessariamente de folga, ainda tem que participar das gravações...

— Ah, mas é bem melhor ter que fazer dois shows seguidos numa mesma noite... Não sei como a gente existia quando pra fazermos o nosso nome ser conhecido, a nossa agenda era tão lotada que até pra respirar precisávamos separar um horário... 

— Mas pelo o que o Chuck já me disse, você sempre foi o mais focado na banda, você que disse que só queria ser cantor...

— É, mas mesmo assim já tive dias que pensei em chutar o balde. Um dia particularmente ficou marcado. Por sermos jovens e acharmos que podíamos tudo, acabamos por nos meter numa situação em que tivemos que fazer 3 shows numa mesma noite. Minha voz estava acabada, e eu pensei seriamente em cancelar.

— E não o fez?

— Não. Mesmo sendo o irmão mais velho, ainda sim levei uma bronca do Chuck. Na época ele era o elo mais fraco da banda, e quando digo fraco, era apenas que ele era o mais provável de sair primeiro.

— Só que foi ele que te trouxe de volta quando você queria ir.

— Exato... Eu sempre tentei ser um bom exemplo pra ele, minhas lições podem passar desapercebidas muitas vezes por conta do meu jeito de mostrar pra ele, mas eu só quero que esse cabeção fique feliz.

— E você acha que a felicidade dele está em encontrar um amor?

— Aquele cara se ilumina quando está gostando de alguém... É contagiante.

— Não fique pensando demais nisso então. Se ele encontrar alguém pra amar aqui no programa, ótimo, mas caso não, ele ainda tem sorte de ter um irmão como você que se importa com ele. E não tem como esconder o quanto o Taz e o Fred também o amam. Mesmo que não sejam em mãos femininas, ele está em boas mãos.

— É, acho que você tem razão, mas ficarei na torcida...

— Levanta daí Bart... Você sabe que não pode ficar muito tempo no chão frio... — Fred diz chutando o pé do cantor deitado. Ele me cumprimenta com um sorriso calmo, e eu aceno com a mão, dando um sorriso discreto.

O que Acontece nos BastidoresWhere stories live. Discover now