Episódio 6 - Um Pedido : Parte 2

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Os microfones para o encontro de hoje com a Samantha seriam um pouco diferentes. Colocando na sela talvez melhorasse a interferência de ruídos externos. Mas ainda sim teríamos os no corpo.

Assim não teríamos espaço para erro ou falha de áudio.

Estou acompanhando o trabalho da equipe. Aprovo a locação das câmeras fixas e pontos de iluminação que foram escolhidos. Ainda não tínhamos gravado ali, então não tinha como ter certeza que a iluminação seria boa, mas estávamos dispostos a adaptar caso for necessário. Se o encontro se estendesse até a noite, tínhamos que fazer dar certo.

Parte da equipe está tomando um café da tarde perto do Haras, e conversando com os funcionários da fazenda. As mesas estão colocadas bem improvisadas dentro de um cercado que não está sendo utilizado pelos cavalos no momento.

O clima é descontraído e mal me aproximo da roda de conversa, um dos funcionários chega ao meu lado, um senhor bem simpático com poucas rugas de expressão e bem bronzeado do Sol. Algo no seu sorriso me fez sorrir antes mesmo de saber o seu nome.

— Olá senhorita Muniz... — ele me cumprimenta, batendo na aba do seu chapéu de palha.

— Olá senhor... Desculpe-me, mas não sei o seu nome...

— Pode me chamar de Humberto. Eu que peço perdão por já vir assim me aproximando de você, chamando pelo seu nome sem dar nenhuma explicação... Você é uma mocinha trabalhadora, então seu nome já foi citado umas muitas de vezes...

— Que honra. Mas espero que na maioria das vezes sendo citado positivamente...

— Claro que sim senhorita Muniz.

— Se quiser, pode me chamar de Catarina. Não precisa dessas formalidades todas, e não ser que queira.

— Tudo bem... Eu gosto das formalidades. Cavalos não respondem formalidades...

— Ah, o senhor que é o responsável pelos animais do Haras? — ele me confirma com a cabeça. — Que maravilha! Não sei se já perguntaram para o senhor, mas quais cavalos são recomendados para um passeio bem sossegado pela propriedade?

— O senhor Bóris já veio falar comigo sobre isso. Eu recomendei dois cavalos calmos e que respondem bem aos comandos. O Sol e a Pérola.

— Será que seria muito incomodo se eu pedisse parar dar uma olhada nos dois?

Eu sempre achei cavalos animais incríveis. Seja cavalgando, trotando, era sempre uma coisa elegante de se ver. Nunca aprendi a andar. Mas tenho uma vontade enorme.

— Claro que não. Me acompanhe que eu mostro os dois... — o homem diz e eu o acompanho.

O chão é coberto de feno e tem um cheio característico, mas não forte demais de cavalo. Mesmo rústico, tudo era incrivelmente limpo e amplo.

Humberto aponta para uma baía larga, com um belo exemplar de cavalo. Seu pelo marrom escuro bem escovado brilhava saudável. Ao olhar melhor percebi que ele tinha uma mancha branca, no formato de Sol logo no topo da sua pata dianteira esquerda. O nome deve ter vindo dessa mancha.

O cavalo parecia reluzir de tão bonito que era. Simplesmente lindo.

— Esse é o Sol, acertei? — digo me aproximando lentamente da baía.

— Sim... Esse é o cavalo mais manso que temos aqui na propriedade. O patrão quis ficar com ele, mesmo não sendo um sangue puro. Mas esse daqui tem um coração puro, e isso é que importa.

— Ele é incrível... Dá pra sentir o cuidado nele.

— Obrigado Catarina. Dou todo o meu carinho e cuidado para os animais do patrão. Eles devolvem na mesma moeda.

O que Acontece nos BastidoresOnde as histórias ganham vida. Descobre agora