Dream Girl [COMPLETO]

Capítulo 5

    Naquela noite dormi com minha mãe na minha cama, enquanto ela me fazia carinho. Lembro de ter chorado muito em seu colo, enquanto ela me dizia de que tudo era passageiro e que eu precisaria ser forte para conseguir passar da melhor forma possível. Isso, claro, depois de tentar me convencer de que eu tinha que voltar para o Brasil. 

    Sei o quanto ela ficava nervosa em ver sua filha passando por alguma coisa e ela não estando lá para poder me proteger, mas a essa altura Dona Carolina já sabia que sua filhinha aos trancos e barrancos tinha aprendido a se virar. Afinal de contas, minha mãe sempre foi participativa, mas nunca lutou minhas batalhas. Sempre me ensinou desde pequena que as minhas responsabilidades eram só minhas.

    Depois do acontecido, resolvemos cancelar a ida ao Dolby Theatre e passamos o dia em casa vendo filmes, comendo guloseimas que mandamos comprar e jogando todos os jogos que haviam na casa, eu , minha mãe, Flávia e Dona Odete. Passar o dia off com elas me divertindo era o que eu precisava para relaxar e desencanar do que aconteceu. Minha mãe era o alto astral em pessoa, e ela estava empenhada e me fazer ter um ótimo dia, e conseguiu. Muita comida, muita brincadeira e o humor de Carolina Keisting eram os elementos necessários para me fazer pensar que o meu problema estava ali do lado me esperando, mas que já não causava tanto medo assim.

    Foi com este sentimento que me despedi da minha mãe no dia seguinte. Não adiantava me descabelar e me colocar em posição de coitada. Eu iria achar uma solução, nem que fosse pelo menos, paliativa. Acharia alguma coisa. Dona Carolina fez mil recomendações, deixando bem claro que assim que quisesse voltar, eles estariam me esperando. Por que não? Eu pensei... era algo a se considerar.

- Vamos entrar no ar em 2 minutos! - avisou a produtora do programa enquanto terminavam de fazer minha maquiagem. 

    Havíamos acabado de aterrizar e fomos direto para a extensão do estúdio no qual aceitei dar uma entrevista o que não acontecia com muita frequência devido a agenda corrida, e da falta de necessidade de divulgar os shows que estavam todos esgotados desde a primeira semana de vendas. Mas aquele lugar era especial demais para mim e depois de muito bater o pé com Gerry, consegui uma mísera folga até pegar o avião de novo.