Capítulo 13 - O que eu fiz? ❤

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Anya

Eu não estava entendendo, mas ao mesmo tempo, sua mão tensa e fria segurando a minha me transmitia proteção. Eu não sabia como reagir bem, mas eu sei que uma lágrima rolou pela minha bochecha. Meus olhos arderam também e senti meu sangue ficar mais quente a medida que nos afastávamos, mas não era raiva mais. Era acolhimento.

Eu não sei descrever bem, pois, nunca tinha sentindo isso antes. Minha mãe nunca teve que me proteger de ninguém, não que eu saiba. Eu só ouvia os gritos dela e do meu pai quando brigavam na sala fingindo que acreditavam que eu estava dormindo.

Chegamos a um lago que tinha na parte dos fundos do campus, embaixo de uma arvore que parecia um orvalho, mas não era. Ele soltou minha mão e olhou para mim.

Se aproximou e tirou a farinha do meu rosto delicadamente.

— Eu sinto muito por isso. – Murmurou ainda tirando a sujidade de mim.

Eu suspirei e tirei sua mão de mim:

— Esse é o preço de namorar com alguém como você. – Tirei minha própria sujeira dos olhos.

— Me p-perdoe. – Gaguejou.

— Agora pouco afirmou para o Rony que não era sua culpa, mas agora pede perdão como se fosse. Que contraditório. – Bufo.

— É minha culpa. Você não estaria passando por isso, mas eu não sabia que isso seria assim, eu nunca namorei sério com ninguém e nem sabia que tinha malucas por aí contra isso... – Torceu a cara.

— Não é culpa sua. Eu, de algum jeito, sabia que não seria fácil, mas mesmo assim aceitei, então não é culpa sua. É nossa. – Um sorriso brilhou em seu rosto.

— Somos dois idiotas então. – Ele acariciou meu cabelo com a mão.

— Quem você está chamando de idiota? – Arqueio a sobrancelha e ele tira sua mão. — Alias, porque me arrastou para cá quando precisamos de um banho?

— Eu fiquei nervoso e não queria ver ninguém. O pessoal vai nos encher de perguntas se nos virem assim. – Ele disse se afastando para perto do muro. — Vem cá. – Vou andando lentamente até ele.

Fixado no muro tinha uma torneira e uma borracha colocada ali, como se fosse para nós. Ele conectou a borracha a torneira e ligou, abaixou sua cabeça e molhou os fios negros que estavam cheios de ovo.

— Eu não vou entrar toda molhada nos dormitórios. – Cruzo os braços.

— Você que sabe. Entra fedendo e suja então. – Ele continuou a se lavar.

— Merda. – Resmunguei baixinho.

Chego mais perto dele e ele começa a passar a agua sobre meu corpo. A agua me deu arrepios de início, pois a noite estava gelada e tinha uma leve brisa vindo sobre nós.

Enquanto ele me lavava eu não consegui desviar meu olhar dele. Ele passava a mão pelo meu cabelo para tirar bem a farinha. Eu estava me sentindo estranhamente bem, apesar de ainda estar com uma pitada de raiva daquelas meninas. Nem parecem estar numa universidade e muito menos ser de famílias "bem-educadas".

É incrível como as aparências enganam. Olhando para elas parece que todas são meigas e inteligentes, mas é bem o oposto.

— Porque nunca namorou? – Questionei-o sem pensar muito.

Com certeza o peguei de surpresa, pois ele parou para me olhar com seus olhos mais abertos que o normal. Depois de um tempo ele sorriu:

— Nunca achei alguém que me prendesse. – Ele vai até a bica e desliga. — As meninas que conheço são fáceis e fúteis. São como um convite para apenas uma noite.

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