Capítulo 26 - O tempo cura? [Ultimo Capítulo] ❤

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Anya narrando.

Aquelas pessoas me olhavam como se tivessem ganhado algo. Sai pelos fundos, por causa dos fotógrafos, Iara fez questão de pagar um uber para eu chegar ao aeroporto em segurança e mais rápido. Nossa despedida não foi a mais feliz, porém senti um grande alivio de poder abraçar alguém antes de ir. Só pude mandar uma mensagem para Rony, não tinha tempo de vê-lo.

Pedi a Iara para dar aquelas coisas ao Chuck e ela falou que faria isso. Como eu tenho certeza que devo repetir nesse período, devo ter que ficar pelo menos mais do que pensei na faculdade. Como eu fui burra.

Baixei a janela do carro, ouvindo aquela música do momento que tocava na rádio, não sabia o nome. O ar estava fresco, bom, já estamos quase no verão. Passou um bom tempo desde que tudo começou. Meses.

Acho que esse será o meu natal mais triste.

- Já estamos chegando. - Anunciou o motorista.

- Obrigada.

Pela primeira vez vi um aeroporto na minha vida. Cheio de pessoas com pressa. Comidas caras e rostos amassados. Pessoas que pareciam impacientes. Mas tinham famílias alegres e com feições satisfeitas. Era um misto de sentimentos ali.

- Voo para Rio Grande do Sul no portão 564 saíra em dez minutos. - Olhei minha passagem. Era o meu.

Olha para frente Anya. Você está sendo expulsa da cidade em que nasceu e que sua mãe viveu pelo seu próprio pai, mas um dia você volta. Tenho certeza. Aos vinte e cinco anos eu não vou ser mais a mesma pessoa. Como a Iara disse, a alegria vem pela manhã.

Subi no avião e me desconectei totalmente. Sentei e apaguei depois de uma hora de voo. Vi o suficiente do céu para entender que meu lugar era em terra firme. Como tinha muita turbulência, me segurei para não gritar de medo, mas as nuvens próximas me impediam de gritar de medo.

Inspira. Expira. Esse foi meu mantra durante as horas de voo. Pensamentos me inundaram quando eu estava acordada como o fato de eu não ter me despedido do Chuck, mas foi melhor assim, que ele me odeie, se ele gostar de mim será doloroso para ele, se ele me odiar, ele apenas não se importará e a vida vai voltar a ser como era antes.

Assim que senti que íamos pousar, me segurei no braço do banco, porém quando olhei percebi que segurei no braço do homem que estava ao meu lado.

- Ah, me desculpe. - Peço a ele, sentindo meu rosto corar.

- Não tem problema, não sabe quantas vezes isso já aconteceu - Sorriu.

- Você deve viajar muito - Comentei e ele sorriu confirmando com a cabeça.

- Quer dizer, só as vezes, eu vou todo mês para o Rio de Janeiro visitar meus pais. - Explicou. - Mas essa deve ser sua primeira vez de avião.

- Com certeza. - Ri.

- Não precisa ter medo. Tem turbulência na subida e descida. É normal. - Falou. - Mas orar nesses momentos não faz mal. - Murmurou.

Será que ele achou que isso ia me acalmar?

- Eu sou o Lorenzo. - Estendeu sua mão e eu apertei.

- Que coincidência. É o nome do meu guia da faculdade - Sorri. - Meu nome é Anya.

- Bem... Esse é nome da nova aluna do Rio de Janeiro que eu vou ter que recepcionar. - Falou e eu sorri. - Parece que não é só coincidência.

- Que bom que te encontrei então. - Falei. - Eu não tenho celular e não faço ideia de onde estou.

Castelo de pedraWhere stories live. Discover now