Capítulo 25 - A alegria vem pela manhã ❤

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Anya narrando.

Passei um bom tempo ali com Binho, mas depois de um final de semana inteiro, eu precisava voltar e encarar a realidade de frente. Binho me ajudou muito com sorvete e Charles Chaplin, eu adorava os filmes mudos desse cara, são genias e mil vezes melhores do que os filmes de comédia atuais como "Se beber não case" ah... por favor.

Durante meu passeio do ônibus quase me senti uma criminosa me escondendo atrás do boné e olhando pela janela várias vezes, as pessoas nem disfarçavam que estavam me reconhecendo.

— Não é a filha do governador? – A menina no banco de trás sussurrou, ou tentou, com quem quer que estivesse ao seu lado.

Arfei. Porque eu não chego logo quando quero? Infelizmente o trânsito me ajudou ficar mais uma hora presa com todos eles. Quando cheguei, percebi que o fluxo intenso de repórteres ainda estava lá. Porém estava com alguns a menos. Fiquei sabendo que Alonso ia fazer uma coletiva de imprensa sobre o caso.

— Com licença? Senhorita Anya. – Um homem com terno preto e gravata da mesma cor se aproximou de mim mostrando sua identificação de segurança do governo. — O senhor Alonso te solicitou no gabinete dele.

— Diz para ele esperar sentado. Não vou.

— Senhorita. Se não for, ele vai te acusar de mentirosa em rede nacional. – Falou, e soou mais como um conselho do que algo que meu pai diria realmente.

— Eu já estou sendo apontado como mentirosa, mas se quer provar a veracidade das minhas palavras, arranca meu cabelo, tira meu sangue, faz o teste. Alias, eu tenho um aqui na minha bolsa, acredita. Quando ele apareceu aqui e me viu e eu voltei percebi que tinha um lenço com as inicias dele no chão e peguei e fui fazer o teste. Eu sou filha dele, além disso minha certidão de nascimento é verdadeira.

— Tem certeza que está pronta para isso? Ele vai acabar com você.

— Eu já estou acabada. Quem não tem nada a perder, não tem medo de nada.

Quando os jornalistas me avistaram correram até mim cheios de pergunta. Então respondi todas e o que eu disse ao segurança anteriormente eu repeti. Mostrei o teste de DNA e Certidão de nascimento para que tirassem fotos. Eu sei que eles vão fazer o máximo para ganhar seu salário em cima da desgraça dele e da minha também, afinal, eles não têm um lado.

Finalmente tinha acabado aquela sessão de perguntas e eu entrei na universidade sendo recebida pela reitora. A pessoa que eu sabia que não me receberia com um sorriso e nem muito menos aliviaria meu lado de novo. Ela me avisou e eu não dei ouvidos.

Chegando a sua sala ela apenas sentou e encarou as pessoas caminhando do lado de fora, parcialmente furiosas por não poderem sair.

— Você causou muita confusão, senhorita Di Castro. Ah... – Suspirou. — Foi bom você ter passado alguns dias fora, eu pensei sobre o que fazer. Tive que conversar com os associados a universidade e claro, o governo se meteu nesse problema. Eles querem...

— Que eu saia. Eu sei.

— Sim. É isso mesmo. Você deu brecha para servir de exemplo para os demais alunos. Estou de mãos atadas. Eu avisei a você, Anya... – Ela tirou seus óculos. — Você mentiu, além de tudo isso, fingiu um namoro com meu filho. – Olhei para ela incrédula, então Fernanda decidiu espalhar mesmo isso.

— Eu já esperava que ia ser descoberta e expulsa. Eu sinto muito pela mentira do namoro, sinceramente, eu só estava tentando ajudar, mas eu não me arrependo de desmascarar o homem que acabou com a vida da minha mãe. – Senti meus olhos arderem.

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