Capítulo 18 - Quando você me pedir... ❤

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— O que você acha que eu vou fazer? – Sussurrou no meu ouvido e senti todos os meus hormônios ficarem agitados.

Eu apenas estou cansada disso tudo. Meramente quero que tudo se apague da minha cabeça. Será que terei momentos bons? Eu tenho infinidades de momentos rasos, eu quero muito experimentar a profundidade de um sentimento.

Preciso me entregar agora, antes que eu morra em terra firme, antes mesmo de ter mergulhado nesse mar de emoções que querem me envolver.

Me arrepender? Talvez eu vá. Contudo, eu não preciso pensar nisso agora.

— Eu não vou te beijar. – Chuck se afasta de mim, desligando-me dele.

— H-Hum? – Não consegui disfarçar meu desapontamento.

— O que? Está chateada? Pensei que fosse isso que queria. Que eu não me aproximasse de você. – Pegou sua camisa e pôs de volta.

— Bem, eu... – cocei a garganta.

Procurando, na verdade, o que responder sem parecer mais idiota.

— Eu só vou te beijar no momento em que você me pedir por isso. – Sorriu de canto.

Provavelmente ele se sente um vitorioso agora.

— Então, nunca! – Revidei cruzando os braços. — Você é um rídico. – Resmunguei, tentando não me mostrar muito afetada.

Naquele instante sua expressão mudou e eu não conseguia mais saber o que se passava na cabeça dele. Bem, desde o inicio dessa conversa eu não sabia direito, agora menos.

A julgar pela seriedade em seus olhos, eu imaginei do que se tratava. Aquele homem odioso.

— Quem é ele?

Corri para o banheiro e bati a porta.

Eu não queria falar nisso. Esse assunto tinha que ser apagado da minha vida.

Ainda mais...

Juntando as peças agora...

Ele é pai da Fernanda, ou seja, ela é minha irmã. E o Chuck e ela...

Isso só tornou, seja lá o que nós temos, mais estranho e impossível.

Olhei para o meu reflexo no espelho. Sempre ouvia minha mãe murmurar quando eu era mais nova, quando pensava que eu estava dormindo: Você se parece com seu pai.

E eu sei que é verdade e isso é a coisa que eu mais odeio em mim mesma, ser parecida com ele. Sempre que vislumbro meu reflexo apenas quero me jogar contra a parede. Bater no meu rosto até ser deformado e eu não ter mais essa aparência que me enoja.

Todo rancor dentro de mim está vindo à tona. É um gosto de fel.

Como eu vou poder dormir tranquila sabendo que o homem que despedaçou a vida da minha mãe e a minha está vivo e bem? Ele está bem... Como...

— Anya! – Chuck bateu na porta. — Você está bem? – Sua voz estava mais suave do que a minutos atrás. — Dê um sinal de que está viva, pelo menos.

Dar sinal de vida quando se está quase morta é uma missão impossível.

Peguei uma saboneteira e joguei contra a porta.

— Está bem... – Suspirou. — Eu não vou perguntar mais sobre ele – Falou — Por enquanto. – Acrescentou, por fim.

Apenas continuei com minhas mãos no batente da pia e olhando meu reflexo. As lágrimas vieram, mas na mesma intensidade, se foram.

Castelo de pedraWhere stories live. Discover now