12. ele quebra mais uma regra - pt.1

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OBSERVAÇÃO: ESTE CAPÍTULO CONTÉM (pouco) CONTEÚDO EXPLÍCITO. PULE AS PARTES EM NEGRITO CASO NÃO QUEIRA LER.

(ignorem qualquer erro de digitação)

12. ele quebra mais uma regra - pt.1

      Eu tinha ido a aula, por um milagre. Tinha acordado naquele dia com uma disposição maior a fazer o que a rotina me obrigava. Estava com a minha cabeça doendo e tudo o que eu queria era quebrar aquela rotina com um copo de shot de tequila. Tinha uma vontade de fazer coisas diferentes, de comemorar, e mesmo assim continuei sofrendo naquela rotina e deixei o meu nervosismo aumentar conforme eu saí da aula e mandava uma mensagem para Lívia me esperar no seu prédio. 

      Tinha essa ideia de que ela era o motivo de toda a diferença daquele dia, da minha tentativa idiota de seguir algo, mas eu era idiota pensar que ela sequer prestava atenção em mim. E idiotice era continuar querendo fazer as coisas pra mudar a opinião geral que ela tinha de mim. 

      Eu segui até o prédio onde Lívia estudava com dúvida nos meus pensamentos, a caminhada do meu até o dela não mais que uma quadra dentro da PUCRS. As pessoas todas estavam indo embora, conversando ou seguindo para o bar que ficava atrás do campus, que eu particularmente adoraria ir também. A noite estava quente, mas além do calor que acontecia, meu corpo estava suando sem razão aparente e eu torcia que não fosse efeito de alguma coisa que eu tinha comido. 

      Passando a mão na testa, tentei o máximo tirar as gotas que estavam se formando, piscando os olhos para limpar a visão que ficava turva de repente e voltava a normalizar quando eu respirava mais fundo e diminuía meus passos. Era nervosismo, só podia ser, e a vontade de abrir o frasco de bebida que tinha dentro da minha mochila aumentava. Não precisava, mas sabia que a ajuda líquida do whisky que ele continha me ajudaria a ficar mais calmo, e disso eu precisava. 

     Calma para conversar com Lívia e começar a tentar tomar o lugar do outro que tinha finalmente saído da sua vida. Coragem para falar com ela sobre o que eu tinha pensado em usar o dinheiro que o seu ex tinha dado. 

     Ela não queria usar aquele dinheiro, era claro no jeito que tinha falado sobre, só que isso não impedia que a gente fizesse algo. 

      Subindo um degrau e caminhando pelo térreo do seu prédio, acenei com a cabeça pra algumas meninas que passavam me olhando e entreguei pra elas o meu melhor sorriso de lado, esperando que elas não vissem o quão forçado estava sendo. 

      Queria ficar irritado com o fato de que não conseguia fingir mais aquele sorriso com tanta facilidade e esquecer o fato de que eu tinha parado de transar e me aventurar no meio das pernas de outras gurias no momento em que eu percebi que as minhas noites estavam se encaixando com as da minha colega de apartamento. Eu tinha parado de confirmar que ia nos lugares e dentro de uma semana tudo o que eu queria era conseguir chegar da aula ou do bar onde eu bebia, cedo o suficiente para ver Lívia dormindo no sofá antes de ela se trancar no seu quarto. 

     Era ridículo querer ver ela só por alguns minutos, mas eu fazia.

     Me sentando em um dos bancos altos, fiquei olhando a porta da onde as pessoas da Comunicação saíam, esperando Lívia, que só alguns minutos depois apareceu. O cabelo de mechas vermelhas estava mais forte já que tinha pintado alguns dias atrás, e ela vinha acompanhada de um guri de pele negra que usava um sorriso sincero e tímido ao olhar pra ela. 

     Como resposta, ela riu devagar pra ele, seus olhos quase se fechando. Eu sorri ao ver aquela reação e me levantei, caminhando a metade do caminho até alcançar eles. 

Boa noite, Aquiles ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora