13. ela tenta ser simpática - pt.2

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n o  c a p í t u l o  a n t e r i o r :

E minha voz não saiu para me defender, apenas desviei o olhar, meu corpo endurecendo de novo ao escutar ele fechando a porta e saber que ela tinha ido embora.

— Sonho? — Ele me chamou, e quando eu levantei a cabeça para olhar ele, minhas lágrimas não estavam mais presentes no rosto, apenas confusão. 


O rosto inocente dele, me examinando, fez eu querer voltar a acreditar nele. Mas ao olhar só conseguia me odiar porque ela tinha conseguido me fazer questionar tudo o que ele tinha feito por mim.

 — Não me chame assim... — Eu falei, detestando escutar o carinho que ele colocou na palavra. Detestando o meu corpo por se arrepiar, detestando o quanto eu queria contar tudo o que estava sentindo.

Aquiles mudou, o rosto de safado dominando as feições e o sorriso de lado abrindo. Estava parado na minha frente, ainda mexendo com os dedos a sua chave da casa. O cheiro de seu perfume e de whisky já tinha infestado toda a sala, e cada segundo que se passava mais a minha mente mudava de opinião. Ia e voltava em querer ele e mandar ele embora.

— Mas eu sonho contigo, todas as noites. — Disse, ainda sorrindo. — O apelido combina.

Eu não imitei a sua reação, apenas permaneci com os braços cruzados e deixei meus olhos recordarem exatamente o que ele me mostrou. Ele estava respondendo do jeito exato que Vênus tinha avisado, porque ele não conseguia não responder assim.

— Aquiles... — Disse o seu nome sem força, vendo aquele rosto safado que vinha tão naturalmente na minha presença.

Seus olhos estavam vermelhos, e parecia que a cada segundo que passava ele esquecia do que estava acontecendo.

Olhando para ele, as suas mãos que não paravam de brincar com o chaveiro, e eu percebi que nem ele tinha noção da energia que atravessava o seu corpo. Eu sabia exatamente o que era aquela sensação, mas minha cabeça era de uma pessoa sóbria que entendia que aquilo não era normal.

— Não fala essas coisas logo quando a tua ficante saiu daqui de casa. — Ainda estava confusa e as lágrimas tinham voltado, dessa vez nem por eu ter pena de quão trouxa eu estava sendo, mas porque eu vi em Aquiles uma tristeza se espalhar. Vê-lo sofrer daquele jeito tão de repente tomou proporções dentro de mim e eu não fazia ideia do que tinha acontecido para ele se sentir daquele jeito.

— O que ela te falou? — Ele perguntou, os olhos assustados. Seu corpo foi para trás em pequenos passos, indo até o sofá e sentando com os cotovelos apoiados nos joelhos. Estava parecendo perdido, lembrando de coisas que tinham acontecido e eu não fazia ideia do que poderiam ser.

A pressão dentro do meu nariz aumentou, minha garganta tendo dificuldade de deixar minha fala sair. Ele tinha medo do que ela tinha me dito, e eu fiquei com medo dos porquês daquilo.

— Ela me disse que tu não vai mudar. — Falei o básico, desviando o olhar dele.

Soltando uma risada cheia de ar, ele ficou aliviado e eu senti uma raiva subindo pelo meu corpo, mas não agi em função dela.

— Ela disse isso porque eu nunca mudei com ela. — Aquiles disse, ainda ignorando o quão sério aquilo poderia ser. — Disse isso porque ela sabe que eu não quero mais nada com ela.

— O que fez tu mudar de ideia? — Perguntei, entrando na onda de mudar de assunto ao mesmo tempo que descobrindo mais sobre ele. Aproveitando ele pelo tempo que parecia restar antes de eu realmente tomar uma decisão que era melhor pra mim.

Boa noite, Aquiles ✓Where stories live. Discover now