13. ela tenta ser simpática - pt.1

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obs: mais uma imagem linda da nossa Lívia maravilhosa

indicações p/ estes capítulos:

not my ex → jessie j

losin control → russ

keep me up → charlotte lawrence

consequences → camila cabello


13. ela tenta ser simpática - pt. 1

Quando eu acordei, senti meus lábios secos, a língua presa no céu da boca com o pouco do gosto dele que restava.

Eu me levantei com o apoio da minha mão, escutando meus ossos estralarem. Tinha me atirado no chão após não conseguir encontrar forças para ir até a cama e nenhuma das vezes que acordei durante aquele tempo enxerguei motivos para tentar.

Tinha ficado ali sem me mexer por horas e não via um jeito bom para que eu levantasse, ou como que eu iria fazer para enfrentar o que estava acontecendo. Tinha permanecido ali, sem saber o que tinha acontecido com o mundo e muito menos o que tinha acontecido com Aquiles no momento em que deixei ele.

Era mais do que o toque ou o gosto que fez minha cabeça doer. Era o fato de que no fundo pensei que seria mais forte que todas as garotas que se encantam com um sorriso bobo e o jeito charmoso dele, por mais que já tivesse admitido gostar da ideia de tê-lo para mim.

Enxerguei conversa após conversa a verdade nas suas palavras e no seu olhar, enxerguei a vontade e um tipo de inocência que faltava nos outros. Ele era bom.

Bom em dizer o que era necessário para mim, em falar que estava tudo bem e ele me queria.

Passando as mãos no meu rosto, coloquei os cabelos presos ao suor das minhas bochechas para trás. Eu olhei ao redor do quarto, percebendo o sol que ainda brilhava e estranhando como o início da noite ainda estava claro.

Aquelas percepções faziam eu entender que tinha deixado muita coisa acontecer sem notar, até mesmo aqueles sentimentos que latejavam no meu peito ao lembrar o que foi sentir o gosto dele em mim, as suas mãos e o seu corpo.

Limpando a garganta dobrei os joelhos e me movi um pouco mais, apoiando ambas as mãos no tapete que tinha e estranhando a sensação de finalmente levantar. Olhando na volta do meu quarto, respirei fundo e virei para a porta, abrindo a madeira apreensiva.

Sem uma almofada fora do lugar e sem sinal de Aquiles, a sala estava vazia. Sentindo meus pés descalços contra o frio do chão, dei os passos necessários para tentar me acostumar de volta ao meu corpo e à minha casa. Na cozinha, abri a geladeira para encontrar ela repleta de alimentos e organizada de uma forma que fazia sentido para mim e provavelmente para ele.

Pegando um copo, tomei água e tentei limpar os meus olhos com as mãos. Minha garganta parecia estar trancada e minha mente começava aos poucos a colocar bebidas como whisky e vodka de volta nas minhas vontades.

Respirando fundo, larguei o copo e me apoiei no balcão. De olhos fechados, não senti o tempo passar, meu corpo voltando a endurecer em um lugar só.

Eu estava cansada, mesmo depois de todo aquele tempo dormindo, e minha cabeça voltou a doer quando uma batida veio da porta, superficial, que caso não estivesse com a televisão desligada, não escutaria.

Preparada eu não estava, e esperei tocarem de novo com seus dedos na porta. Quando o som veio novamente alguns segundos depois, tomei coragem de falar algo.

Boa noite, Aquiles ✓Where stories live. Discover now