Vinter - Parte III

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Aquela manhã nasceu com uma Neblina cobrindo os prédios, o sol se recusava acordar e Ivan não conseguia ver o rio por completo.
Não tinha ideia de que horas seriam, o tempo sempre foi algo que ele não entendeu.

E a garota? Ela viria hoje? As vezes ele gostaria que ela ficasse mais tempo sentada com ele , mesmo que não dissesse muita coisa.
Pensa ele , olhando as árvores escondidas na neblina. É tirado de seus pensamentos quando uma bola de neve atingi seu rosto acima dos olhos, acertando em cheio a testa e molhando um pouco seu cabelo.

Ele levanta, olha ao redor, escuta uma risada e uma voz familiar.

- Nunca vai me acertar, não tem neve perto desse banco.

Diz ela saindo de trás de uma árvore com um sorriso no rosto. Sorriso que é defeito quando ele derruba o gorro amarelo dela com uma bolada de neve - Não havia neve perto do banco ele não saiu dali, só colocou as mãos atrás das costas e a bola de neve estava lá.

- Agora é guerra!

Ela sentou ao lado dele com neve nos cabelos, dessa vez ficou um pouco mais perto e o frio sumiu.

- Tudo bem?

Ele disse.

- Tudo. Ivan, eu estive pensando...

- O quê?

- Onde você mora?

- Não posso contar.

- Por que não?

- Talvez mais tarde.

Ela olha a neblina que some e se perde nas lembranças de como o dia começou.

Evelyn estava no banho e cantarolava algo. No café reparou que a mãe tinha uma marca roxa no queixo.

- Isso tem que acabar.

Disse ela levantando e indo em direção a sala onde o pai via o jornal.
A mãe a impediu.

- Para com isso, não foi nada. Vá passear um pouco e Esqueça isso.

- Mas mãe..

- Sem mas, anda logo.

Ela saiu de casa e só tinha um lugar onde queria ir naquela manhã , saiu pela rua escondida na neve sem saber uma porção de coisas.

1- Não sabia que o pai a observava pelo buraco da fechadura enquanto cantarolava no banheiro.

2- Que a mãe o surpreendera

3- E que por isso gritara com ele e recebera um soco.

4- Ele (o pai) observava ela da porta enquanto ela ia pela rua escondida pela neve.

Perto do meio dia eles já tinham falado de tudo.

Música
Filmes
Séries
Times de futebol
Refrigerante
Chocolate
O gorro amarelo dela
O casaco de Ivan.

Então os dedos dela esfriaram; começou a nevar.
Enquanto ela olhava a neve cair em cima do lago congelado ele tocou a mão dela e entrelaçou seus dedos ao dela. O frio sumiu.

Os dois olhavam a Neve, o Lago, a Cidade e o Semáforo que parecia uma vela Prestes a apagar flutuando na rua branca.

Os dois olharam-se por um momento, ele tocou uma mecha de cabelo que saia do seu gorro amarelo e lhe deu um beijo.

Era difícil sentir frio perto dele.

Era difícil fazer o frio chegar até ela.

A neve Caia sobre a cidade silenciosa, por todos os lados, menos naquele banco onde parecia que os dois últimos jovens do mundo descobriam a magia do Inverno e de um beijo quente num dia frio.

Dias de ChuvaWhere stories live. Discover now