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Não dava mais para segurar, as palavras pediam para sair, para serem ouvidas. O aperto que sentia em seu peito era insuportável, a culpa, a mágoa, o assombravam todas as noites. Casey precisava de sua voz.

Conversa de whatsapp. Celular de Casey.

Drew, podemos conversar?

Drew:
Claro. Que horas?

Pode ser agora?

Drew:
Ah sim, me encontra no Downtown Mall.

Ok.

Aquele lugar trazia tantas lembranças, dois corações partidos, um foi machucado naquela noite e o outro estava quebrado há muito tempo. Casey se apressou em chegar lá, sentou-se em uma banco e esperou por Drew.

Sentiu alguém tocar seu ombro minutos depois, assim que olhou para trás viu Drew com dois donuts na mão. Ele sorria e estava lindo, como sempre.

- Oi, Casey. Parei para comprar esses, espero que não se importe. - disse dando a volta e se sentando no banco.

- Oi, ahn, não me importo, não. - Casey disse e hesitou em pegar o donut de chocolate que Drew oferecia.

- Pegue, comprei para você.

- Obrigado. - sorriu timidamente - Você parece feliz, como está?

- Estou bem, na medida do possível. E você?

Casey não queria estragar a felicidade dele com o que ia contar, pensou em desistir mas sua voz interior não aguentava mais ser ignorada.

- Eu estou bem... Preciso lhe contar algo.

- Pode falar.

Drew estava o encarando, um olhar tão inocente e puro, tão esperançoso.

- Eu quero te contar o porquê eu terminei tudo entre nós. Quero esclarecer as coisas.

Drew engoliu em seco, o sorriso sumiu de seu rosto, ele levemente arregalou os olhos. Logo voltou a sua pose normal e disse de forma reconfortante:

- Pode contar.

- Eu perdi meus pais muito cedo, eu me vi completamente sozinho. Neste tempo eu me envolvi com alguém que não me fez bem. O nome dele era Harry. Eu era perdidamente apaixonado por ele, então quando ele se aproximou, me senti amado, deixei ele entrar na minha vida no momento em que eu estava mais frágil. - Casey respirou fundo - Pouco tempo se passou até que ele se tornou agressivo, abusivo. Eu não percebia isso e deixava que ele se aproveitasse. Eu passei a morar com ele, então sempre via quando ele chegava bêbado. Felizmente, eu me livrei dele. Consegui seguir em frente sozinho. Ele acabou com minha reputação na escola e todos por lá me odiavam. Sair de Cleveland foi um alívio para mim. - Casey para de olhar para o chão e encara Drew - Vou te privar dos detalhes, Drew. Mas só saiba que eu te rejeitei por medo. Não de você fazer mal a mim e sim de eu fazer mal a você.

- Você nunca me faria mal, Casey, não foi culpa sua.

- Eu sei... Mas não consigo evitar. Obrigado por me escutar, mas eu não disse tudo isso para que você volte para mim. Eu só precisava que você me entendesse. - ele se levanta e murmura - Desculpa, Drew. Eu queria conseguir te amar como você merece.

- O que? Casey! - Drew chama seu nome conforme o vê se afastar.

Ele não conseguia continuar ali e ver o brilho nos olhos de Drew se apagando, simplesmente não conseguia aguentar. Casey correu de volta ao campus e foi até o apartamento das meninas. A porta foi aberta por Madelaine.

- Oi, Casey! Tudo bem?

- Sim, Mads. Estão todas aí?

- Estamos sim. Estávamos conversando. Você está bem mesmo? - ela diz o olhando de cima a baixo.

- Estou.

- Casey! O que faz aqui? - Vanessa pergunta ao vê-lo - Entra.

- Obrigado, meninas. Eu preciso desabafar. Acabei de falar com Drew.

- E como foi? - Madelaine perguntou.

- Eu contei tudo para ele, tentei não dar detalhes demais, mas tive que ser sincero com ele.

- Oh, Casey, não se culpe. Você é forte por se abrir conosco, com ele. - Lili disse.

Alguns dias depois que Charles voltou, Casey contou às meninas sobre seu passado com Harry.

- Você acha que vai conseguir dar uma chance para Drew? - Vanessa pergunta.

- Não sei, Nessa. Eu realmente gosto dele, mas não quero jogar todo meu passado nele, toda minha dor. Ele não merece isso.

- Ele poderia ajudar, sabe? - Camila diz.

- Eu não quero que ele tenha-me como um fardo.

- Por que você tem tanta certeza de que vai machucá-lo? - Lili pergunta.

- Eu não sei amar, Lili. Eu sou muito danificado.

- Claro que sabe, Casey. Você nos ama. - Madelaine diz.

- Eu só- só não estou pronto.

Muitas feridas estavam abertas, sendo tratadas lentamente. A dor tentava ser evitada, distrações foram usadas. Mas nada funcionava, a dor não ia embora. O único jeito de enfrentar era a encarando de frente, sofrendo.

O trauma atingiu Casey no peito, o segurou e o impediu de amar. O prendeu e o fez sofrer, fez outros sofrerem. E Casey odiava isso.

Era desgastante, era doloroso. Lembrar era uma tortura que acabou por ser necessária. Ele achava que não estava pronto para enfrentar essa dor, mas ele estava. Ele sempre a empurrou para longe, mas um novo motivo apareceu em sua vida.

Um alguém.

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Oiê! Bom diaaaa

Drew e Casey deram mais um passo, será que o final é feliz?

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Beijinhos ❤️

𝔽𝕖𝕖𝕝𝕚𝕟𝕘𝕤🔹ʳⁱᵛᵉʳᵈᵃˡᵉ ᶜᵃˢᵗOnde as histórias ganham vida. Descobre agora