Anos Luz.

29.

Gio.

Subi pro meu quarto e fui chorar sozinha na minha.

Fazia tempo que o meu pai não falava daquele jeito comigo, ameaçou até dar um murro na minha cara.

Fiquei o dia todo no quarto deitada mexendo no celular e chateada abeça.

Coringa: Eu não vou bater na porta porque tu não manda - entrou e eu nem falei nada, continuei na mesma posição mexendo no celular e quieta. - Senta agora e olha pra mim.

Respeito eu tenho desde pequena. Até porque ele é o meu pai e manda em mim. Sentei e olhei pra ele.

Gio: Fala - falei emburrada.

Coringa: Foi essa educação que eu te dei? - pegou a cadeira da penteadeira e sentou na minha frente. - Vim puxar teu saco não, nem se ilude. - falou todo sério.

Gio: E quer oque então? - cruzei os braços.

Coringa: Conversar sobre hoje cedo - se ajeitou na cadeira - Não gostei de não ter me contado e não gostei principalmente do teu deboche pra cima de mim. Quantas vezes te falei que deboche desnecessário é completamente ridículo? - falou todo grosso.

Gio: O th sabia de tudo também, foi requisitar ele igual tá fazendo comigo? - fui toda marruda.

Coringa: Assume teus b.o colega, joga pra cima dos outros não - me encarou - Quem tava lá na hora era tu. - respirou fundo - Giovanna você leva a vida na brincadeira e não é assim as coisas não - negou com a cabeça - So porque tu é filha de traficante acha que as pessoas não faz nada de ruim com vocês? Olha sua irmã aí de exemplo. Ninguém sabe a maldade dos outros não, se até uma pessoa de confiança trai a gente, quem dirá os estranhos. - cruzei as pernas na cama concordando.

Gio: Tu falou que ia me dar um murro na cara - meu olho já encheu de lágrima.

Coringa: Sem drama pro meu lado. - falou todo frio - Parece que se faz de besta, sabe que eu perco a linha quando vem de deboche desnecessário pra cima de mim. Te dei educação o suficiente pra você usar comigo, então vamo se ligar - quando eu vi já tava chorando.

Gio: Você pode sair e fechar a porta por favor? - solucei.

Coringa: Tua mãe que te mimou desse jeito - sentou do meu lado me abraçando. - Deixa de ser cabeça dura e escuta os mais velhos. É maior de idade mas eu continuo sendo o teu pai. - me deu um beijo na testa. - Para de chorar e vamo dar um pião no morro mais tarde pra nois fumar uns - falou baixo pra minha mãe não escutar.

Gio: Desculpa pai - sussurrei pra ele que concordou fechando a porta.

Eu continuei chorando porque tô sentimental esses dias, acho que vou ficar menstruada.

Peguei meu celular deitando denovo e vi que tinha várias mensagens, a maioria de homens.

Mas eu como uma boa mulher quando tá triste, tirei a foto de perfil do WhatsApp, e fiquei curtindo o meu momento sofrença comigo mesma.