43.

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Gabi.

Fiquei olhando minha mãe na ponta da escadas sentada chorando e não tive reação nenhuma.

Não tem coisa pior do que ver nossos pais chorando na nossa frente.

Gio: Oque aconteceu? - foi até ela e eu continuei no mesmo lugar parada.

Minha mãe ia abrir a boca pra falar mas eu cortei ela na hora fazendo uma única pergunta óbvia pra matar a charada.

Gabi: Porque ele falou daquele jeito com o Thiago, oque ele sabe de nós dois? - perguntei já ciente que geral dessa casa tava sabendo oque tá acontecendo.

Carol: Ele sabe de tudo - levantou descendo as escadas. - Tentei reverter a situação mas fica difícil quando a sobrinha pega o tio - paralisei com a fala dela encarando a Giovanna.

Gio: Não fala coisa que tu não sabe nem da metade, mãe - deu bronca e eu continuei parada.

Gabi: Liga pra Rosa ir pra casa do TH ficar com o Felipe, preciso ir resolver um negócio. - falei com a Gio ignorando totalmente a minha mãe e subi as escadas indo pegar o meu filho.

Abri a porta do quarto e ele estava dormindo, pra mim não importa, tirei ele rapidamente da cama pegando no colo e descendo as escadas devagar.

Peguei a sacola com os celulares e dei uma olhada pra Giovanna acenando com a cabeça e saindo dali.

Acho que não sou bem vinda num lugar onde não querem nem escutar oque eu tenho pra falar né.

Subi aquela ruas no ódio desse sol, o Felipe pesado pra cacete não acordou e tava no meu colo ainda.

O suor escorria pelo meu corpo todo, a sorte é que a casa do Thiago não é tão longe assim. Foram uns quinze minutos andando e quando cheguei em frente o portão, a rosa já estava lá na calçada sentada me esperando.

Ruan: Eu levo ele lá dentro - pegou o Felipe dos meus braços e eu agradeci.

Gabi: Oi Rosa, tudo bem? - dei um beijo no rosto dela. - Entra aí.

Ela veio me seguindo quieta e eu sentei no sofá.

Rosa: Fia deixa eu te perguntar, hoje eu tenho um culto especial na igreja, mas queria saber até que horas é pra eu ficar com ele. - perguntou tímida.

Gabi: Menos de duas horas, só vou na boca falar com meu pai. - levantei recuperando o meu ar que ainda tava espalhado pelas ruas que eu subi - Tem de tudo aqui em casa, pode ficar a vontade, quando eu voltar já te dou o dinheiro. - ela concordou sentando no sofá e eu saí indo na direção dos vigias. - Leva eu lá na boca por favor - olhei pro Ruan que já subiu na moto ligando.

Moleque achou que tava na Disney só pode, quase voei daquela moto com a velocidade que pilotava.

Quando chegamos em frente a boca, desci até desnorteada de tanto vento que tomei na cara.

Ruan: Foi mal aí dona - deu risada do meu estado.

Gabi: Na próxima eu venho andando mesmo, assim o vento não me leva - sorri de lado. - Valeu aí.

Entrei na boca com calma e nem bati na porta, eu sabia que ele estaria sozinho.

Não vim pra discutir ou algo do tipo, eu só quero esclarecer e tirar essa tempestade que eu causei com o Thiago.

Não acho justo os meus pais se separarem por culpa minha, nada haver isso acontecer.

Gabi: Pai - virou me olhando e logo em seguida virou o rosto de novo. - Vai conversar comigo ou vai me ignorar como se eu não fosse ninguém?

Coringa: Quer que eu faça oque, beije teus pés? - levantou me olhando.

Gabi: Não, não quero. - me aproximei. - Me explica oque tá acontecendo. - fiz a sonsa.

Coringa: Gabriela, no papo eu não quero discutir. Se veio aqui pra fingir demência, pode voltar pra tua casa - falou seco.

Gabi: Você só sai dessa sala quando se resolver comigo - tranquei a porta e guardei a chave.

Coringa: Eu não ia sair mesmo - deu de ombros - Vou dormir aqui e quem vai embora é tu - debochou de mim e eu fiz cara de tédio.

Gabi: Oque tu sabe? - sentei no sofá ficando de frente pra ele. Falei com tanta calma, como se eu estivesse cansada mesmo de esconder aquilo.

Coringa: Sou tudo, menos otario né - negou com a cabeça - Onde tu enfiou o juízo quando começou a pegar o Thiago? - perguntou na cara dura.

Gabi: Não faz muito tempo - bufei triste - Eu não mando nos meus sentimentos pai - falei sincera.

Coringa: Caralho Gabriela, isso foi pior do que uma facada nas minhas costas, de verdade. - falou decepcionado. - Tantos caras pelo morro, tanta gente pra tu se apegar mas aí tu prefere o homem que eu escolhi pra ser teu padrinho. Eu não sei nem oque pensar sobre isso.

Gabi: Sabia que eu me questionei e me culpei por ter deixado isso acontecer? - olhei pra ele - Mesmo pensamento que tu tem, eu também tive no começo. - me encarou - Porque martelar a mente desse jeito? Não tem nada demais nisso, beleza que tu escolheu ele pra ser meu padrinho e eu cresci vendo ele como um tio. Mas pai, eu cresci, já sou até mãe! - meus olhos se encheram de lágrima. - E de verdade, eu também não queria, lutei contra os meus sentimentos e não consegui.

Coringa: Tu me fala tudo isso na maior cara dura? - fez cara de ofendido. - Não consigo achar normal Gabriela, isso pra mim é pilantragem. Se tem maldade em você hoje em dia, é porque tinha também quando ce era pequena. - olhei chocada pra ele.

Gabi: Não viaja, Murilo. - levantei negando com a cabeça - Tu conhece ele a anos e sabe bem quem é a pessoa que eu tô me envolvendo. - ia abrir a boca pra falar mas escutamos uma terceira voz.

TH: É isso aí - botou a cara na janela fazendo eu me assustar.

Coringa: Que fofoqueiro filho da puta - me olhou indignado. - Ele tá escutando nossa conversa inteira pela janela Gabriela, é com esse homem que tu tá namorando? - cruzou os braços.

Não aguentei e comecei a dar risada mas parei quando vi a cara do meu pai.

TH: Abre a porta aí pra mim - me olhou com a cabeça na janela ainda.

Gabi: Não estamos namorando, tu que tá criando paranóias aí na cabeça - apontei pro meu pai indo abrir a porta.

Anos Luz.Where stories live. Discover now