53.

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Gabi.

Zebra: Tá fazendo oque aqui Gabriela porra, tá querendo morrer? - brotou do meu lado me assustando.

Gabi: Cadê meu pai? - perguntei nervosa.

Zebra: Me passaram um radinho falando que eles tão no beco lá em cima, juntei a tropa pra me ajudar lá - olhei pra trás e vi uns cara trocando tiro.

Gabi: Então vamos, tá esperando oque - corri subindo o morro mas sempre atenta com os lados.

Zebra: Não vai não Gabi por favor - tocou no meu ombro fazendo eu parar de correr - Eu vou morrer se acontecer alguma coisa contigo - falava aflito.

- Desculpa me intrometer aí parceiro, mas morrer vai todo mundo se nois não for lá agora. - apareceu um menino todo ofegante.

Nem dei mais atenção, só andei na frente com o fuzil apontado e pronta pra atirar em quem aparecesse.

Cada minuto valia ouro, eu não podia perder tempo, eu não sei oque tá acontecendo, onde meu pai tá, se o Carlos tá por lá, eu não sei de nada.

Junto comigo corria mais sete homens, uma dor no peito me atingia em cheio.

- Ae dona, o beco é aquele ali. Deixa nois ir na frente e você aparecesse só se precisar. Demoro? - neguei com a cabeça.

Gabi: Não mesmo - neguei com a cabeça de novo parando na frente dele - Vocês esperam nos cantos e deixa só eu entrar. - tirei meu fuzil entregando pra ele e colocando a glock na parte da frente da cintura.

- Nem fudendo. - cruzou os braços - Não sou dono e nem funcionário desse morro, mas te garanto que se você entrar sozinha ali, tu morre com um tiro na cabeça - falou sério.

Gabi: Cara, estamos no meio de um tiroteiro discutindo sobre oque fazer, tu jura? - alterei o tom de voz - Eu sei oque eu tô fazendo, e como filha do dono, eu tô mandando vocês me esperar do lado de fora do beco e só entrar na hora certa. - encarei cada um. - Eu não preciso falar denovo né? - falei em alto e bom som.

Zebra: E como nois vai saber qual é a hora de entrar, porra? - perguntou coçando a cabeça nervoso. Só ele e o outro menino abria a boca pra falar.

Gabi: Tu é esperto Zebra, só fica atento. - tirei o colete jogando no chão e corri até perto do beco ouvindo um disparo e gemidos do meu pai em seguida - Carlos? - chamei atenção dele que me olhou na hora.

Nojo, medo, aflição, angústia, desespero, tortura, era tudo oque passava na minha mente quando ele me encarou olhando no fundo dos meus olhos.

O meu desespero pela respiração aumentou quando eu vi o Thiago todo ensanguentado e meu pai jogado no chão.

Eu não podia fraquejar logo agora, eu não vou e nem posso.

Me mantive firme mesmo com uma vontade imanes de correr e ver se os dois estavam vivos.

Carlos: Não atirem - disse fazendo os homens que estavam ali abaixar as armas. - Meu amor, que saudade. - veio pra me abraçar e rapidamente eu caminhei na direção dele abraçando o mesmo.

Gabi: Eu também, senti tanto a sua falta - abracei com toda força do mundo, beijando seu rosto inteiro.

Meu estômago embrulhava querendo vomitar em cima dele, enfrentar o meu medo de estar perto desse demônio tá sendo um avanço dos grandes. O ódio que eu sentia era tão grande, mas o medo... ah, o medo sempre falou mais alto e eu precisava superar ele agora.

Carlos: Vamo pra casa, cadê meus filhos, precisamos sair daqui agora pra sermos felizes - aquelas palavras me causava ânsia.

Gabi: Você não ficou sabendo que infelizmente a nossa menina não resistiu? - abaixei a cabeça colocando a mão no rosto fingindo chorar fazendo com que ele me abrace.

Eu tinha duas opções nesse exato momento. Ou eu fugia com ele pra todo mundo sair daqui vivo, ou eu tirava a minha arma da cintura agora e disparava contra o corpo dele colado no meu causando riscos de morte pra mim mesma.

E sinceramente? A segunda opção e ótima e linda.

Assim eu fiz, eu um movimento devagar tirei a arma da cintura, destravando ela rapidamente e soltando três disparos contra ele.

Sem ter tempo pra pensar, me joguei no chão vendo os meninos entrarem no beco e atirar em todos os amigos bandidos do Carlos.

Levantei quando todos estavam no chão e caminhei até ele.

Gabi: Vai pro inferno, seu arrombado. - acertei um tiro em sua testa.

Larguei a arma no chão e caminhei pra trás desnorteada com tudo isso.

Olhei pro chão e vi a cena que eu nunca queria ter visto em toda a minha vida.

Anos Luz.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora