45.

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Coringa.

Papo reto, quero ver ela terminar comigo. Não vai mesmo, num sou qualquer um não pra ela cansar e dispensar desse jeito.

Entrei dentro de casa como se nada tivesse acontecido.

Giovanna e a Carol sentadas no sofá me olharam, eu tirei o tênis, minha arma da cintura, chave do meu bolso, chave da boca e alguns baseado bolado deixando tudo na mesinha e sentei do lado da minha filha pegando meu celular e mexendo.

Gio começou a rir baixo disfarçando e eu segurei minha risada também, oque tava ficando impossível.

Carol: Cada uma viu - falou baixo.

Coringa: Tem oque pra janta? - olhei pra Giovanna que começou a gargalhar alto e eu não me aguentei também.

Gio: Tu é um comédia, vacilão - negou com a cabeça.

Coringa: Não sei porque - prendi a risada de novo e continuei a mexer no celular.

Carol: Viu - chamou minha atenção e eu olhei pra ela coçando meu saco - Eu não fui embora de casa porque tu falou que ia sair, tá fazendo oque aqui? - cruzou os braços.

Coringa: No momento eu tô querendo jantar, depois tomar um banho e dormir na cama com a minha mulher - deitei no colo da Gio.

Carol: Mulher - deu risada irônica - Já tá com outra né, porque eu que não sou.

Coringa: Meu ponto de equilíbrio é você, você, surtadaaaaaaa - comecei a cantar um funk olhando pra ela. - Desfaz essa marra aí fia, tu não se separa de mim tão cedo.

Carol: Brinca mesmo, vai brincando. - disse brava enquanto eu debochava.

Gio: Eu não ia me intrometer não, mas ae, criança vocês não é. Então bora fazer as pazes aí porque os dois surta direto um com o outro e fica esse clima chatão dentro de casa. - pegou o celular que vibrou nas pernas dela.

Carol: Não tá contente então pega as tuas coisas e vai embora ué - olhou pra tv.

Gio: Orra, seria meu sonho de princesa?  - debochou e eu continuei ali quietinho pra não sobrar pra mim. - Agora que eu comecei vou terminar, você tá insuportável esses dias, ninguém pode falar nada pra vc que já reclama e faz um show, não sei oque tá acontecendo mas tu tá muito sem noção. Hoje você tava nervosa com o pai e descontou a raiva na Gabi, a menina pegou o filho e foi embora porque não se sentiu a vontade na casa que ainda é dela. - ela falava com tanta pressa como se aquilo estivesse engasgado a tempos.

Claro que eu não me intrometi, só tirei a cabeça do colo dela porque tinha vários cuspe caindo na minha cara. Puta baguio nojento do caralho, mas vou relevar só pq minha filhinha tá nervosa.

Carol: Casa dela? - deu risada. - Desde que voltou pro morro, nem visitar a gente ela vem. - gritou do sofá, ela ia continuar mas aí eu abri a boca pra falar.

Coringa: Para de gritar, a discussão tá dentro de casa pra gente resolver e não pro povo todo do morro ouvir - falei num tom bom pras duas se tocar. - Agora não vem dizer que essa casa não é da Gabriela pq isso tudo aqui é mais dela do que teu - apontei pra Carol falando na calma.

Gio: Deixa ela pai, acha que tá bonito tudo isso. - levantou calçando o chinelo. - Vou sair - me deu um beijo.

Coringa: Pra onde - perguntei vendo ela abrir a porta.

Gio: Antes que a sua mulher abra a boca e fale, já vou eu mesma te contar. - cocei a cabeça - Eu fico com o Fininho uns dois ou três anos. Tô indo dormir na casa dele - me olhou e eu fiquei sem reação. - Qualquer coisa sabe onde me encontrar. - saiu fechando a porta.

Coringa: Giovanna eu ainda vou te matar sua piranhuda - gritei inconformado. - Porra, eles se pegam a três anos e eu nunca nem desconfiei? - falei sozinho e pensativo.

Carol: Me admira você deixar ela falar comigo do jeito que quer. - me tirou do transe com cara de cachorro sem dono.

Coringa: Errada ela não tá. - falei sério - Num  tô entendendo do porque tu tá assim, estressada e surtando por tudo - me estiquei no sofá.

Carol: Nem eu - falou baixo levantando e subindo pro quarto me deixando sozinho na sala.

Isso eu resolvo depois, agora eu tô aqui me perguntando porque minhas filhas gosta dos cara mais próximo de mim.

Coringa: Tá fazendo eu pagar pelos meus pecados né - falei sozinho com Deus - Puta que pariu parceiro, assim a favela num vence não.

Anos Luz.Where stories live. Discover now