Anos Luz.

57.

Gabi.

- Senhora, não adianta você mentir porque a ficha criminal dele tá nas nossas mãos. - me encarou.

Gabi: Eu não menti em momento algum, apenas disse que não compactuo com nada e que eu nem sabia dessas coisas todas. - menti.

- Ata, então tá me dizendo que não sabia que ele é bandido? - debochou da minha cara.

Gabi: Não, eu não sabia! - eu sou uma atriz. - Nós dois namora não faz nem um mês, e ele me disse que foi baleado logo após sair de um mercado comprando mistura pra mãe.

- Eu não sou idiota, dona. Não nasci ontem, começa a falar a verdade se não vai pra delegacia prestar depoimento e dependendo ficar presa por ser cúmplice de traficante.

Gabi: Eu não preciso mentir. - falei seca. - Quer me levar pra delegacia? Vamos, sem problema algum. - sorri. - Vou conversar com o médico e logo em seguida espero vocês pra irmos, licença. - sai deixando eles ali.

Caminhei até o médico que estava conversando com uma enfermeira, pedi licença ao começar a falar. Até porque educação é tudo.

- Em que posso te ajudar, Gabi? - perguntou se afastando da enfermeira.

Gabi: Será que eu posso ver meu namorado? - perguntei - Os policiais querem me levar a delegacia, mas antes eu quero ver ele, por favor. - pedi com jeitinho.

- Poder eu não posso, até porque ele é um criminoso que não pode receber visita de ninguém. - me olhou - Mas vou deixar avisado na recepção que você é a única que pode entrar pra visitar ele, tudo bem?

Concordei, até porque não tô com moral nenhuma de escolher algo.

Gabi: Claro. - concordei seguindo ele.

Entrei na sala e vi o Thiago cheio de fios pelo corpo, me aproximei pegando em sua mão e beijando a mesma.

Fiquei acariciando ele mas sabia que não acordaria rápido assim.

Aproveitei o momento sozinha no quarto e peguei meu celular ligando pro meu pai.

Coringa: Qual foi - atendeu no segundo toque.

Gabi: Policiais estão aqui, querendo me levar na delegacia e tudo. Vou deixar meu celular desligado debaixo do travesseiro do Thiago, pra eles não confiscar e ver que converso com vocês. Vou desligar, beijo amo vocês.

Sem mais delongas, desliguei o celular colocando em baixo do travesseiro do jeito que eu disse. Não tô com tempo de ficar explicando detalhe por detalhe, e eu espero que ele tenha entendido tudo.

Encarei o Thiago que parecia um anjo dormindo.

Dei um selinho em sua boca e testa, sussurrei um eu te amo no ouvido dele.

Eu queria ficar ali, beijando ele até acordar, juro. Mas escutei batidas na porta vendo os policiais entrar.

- Delegado tá mandando te levar pra delegacia, agora. - concordei dando vários selinhos não boca do Thiago mesmo ele desacordado. Aos pouco nossas mãos foram se desgrudando.