Capítulo 26

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Amanda

Estou deitada sobre a cama chorando... Ele é um homem frio, capaz de fazer coisas horríveis e mesmo assim me entreguei para ele, eu já sabia o que ele era, ele não me obrigou eu quis... e agora me odeio tanto por isso.

Me guardei, esperei pela pessoa certa e acabei me entregando para a pessoa mais errada possível. Porque Amanda?

As lágrimas não param eu tenho vontade de gritar, eu odeio tudo isso... Eu odeio ter sido tão burra.

Encaro a porta e decido tentar fugir, eu não quero estar aqui. Corro em direção a porta, desço as escadas e logo chego a porta da frente.

Começo a correr em direção aos portões, logo chego até eles.

— Abram eu quero sair.

Sou ignorada pelos seguranças.

— Abram por favor eu não quero estar aqui.

Me agarro as grades tentando forçar sua abertura, uma tentativa inútil eu sei. As lágrimas voltam a inundar meu rosto.

Grito entre lágrimas.

— Me deixe ir!

Deixo-me cair ao chão enquanto continuo agarrada as grades aos prantos, eu quero a minha vida antiga de volta.

Estou absorta em minhas lágrimas jogada ao chão quando escuto a voz de Vicenzo atrás de mim. Noto que os seguranças começam a se afastar.

— Amanda vem comigo.

Me viro em sua direção, o olhar dele é triste.

— Vicenzo me deixa ir.

— Você sabe que não posso, eles vão te matar da pior forma possível, eu não posso permitir.

A dura realidade me bate, estou sendo caçada por Nikolay... Ele quer me matar assim como Vicenzo fez com sua prometida.

Isso me deixa enfurecida, agora eu tenho que pagar pelos pecados dele.

Grito cheia de ódio.

— Você me condenou à morte Capo Vicenzo Gambino! Vou ser estuprada e depois estrangulada por Nikolay.

As lágrimas deixam minha visão embaçada tento secá-las mas é inútil.

— Eu jamais vou permitir.

Ele caminha em minha direção pegando-me em seus braços, tento me livrar de seus braços me debatendo e desferindo socos em seu peito mas é inútil.

Acabo desistindo de me debater pois sei que é inútil, não posso fugir dele... Sem ele vou ser morta, assim pelo menos ele vai me proteger... Estou chorando encostada a seu peito.

Então ele falo baixo.

— Me desculpa Amanda por te fazer sofrer.

O encaro mas ele não olha para mim continua encarando o caminho enquanto sobe as escadas.

— Não Vicenzo... eu odeio você.

Logo ele me deixa sobre a cama evitando meu olhar, ele bate a porta ao sair do quarto.

Fico ali em silêncio... Estou tão preocupada com minha vó, e se fizerem algo contra ela?

A porta do quarto se abre é Maria, ela carrega uma bandeja nas mãos.

— Amanda minha querida me corta o coração te ver assim.

Ela me abraça, fico grata pois preciso disso.

— Eu trouxe um chá para você de cidreira com mel.

— Obrigada.

Quando vou pegar a xícara noto que minhas mãos estão trêmulas. Minha cabeça dói muito...

— Estou com muita dor de cabeça Maria.

— Vou buscar um remédio para você.

Andes que eu possa agradecer ela já está a caminho da porta.

Logo ele volta com o remédio e água.

— Aqui está Amanda o remédio.

— Muito obrigada Maria, vou terminar o chá e depois vou tomar o remédio.

Nem sei que horas são mas o remédio começa a  fazer efeito... O sono vem e eu adormeço.

Vicenzo

Término meu banho e vejo que Amanda não está no quarto.

Entro no closet visto uma camiseta branca e uma calça de moletom e caminho em direção a porta.

Quando estou descendo as escadas um soldado caminha em minha direção.

— Senhor Gambino ela está no portão da frente.

Corro em direção a entrada da frente então a escuto gritar.

— Me deixe ir!

Ela está no chão chorando enquanto agarra a grade aos prantos.

Ver ela assim me trás uma sensação horrível, nunca senti isso antes, minha vontade é correr até ela e abraçá-la.

A tristeza toma conta de mim, ela está assim e a culpa é totalmente minha.

Faço sinal para que os soldados de afastem.

— Amanda vem comigo.

Ela me encara com lágrimas nos olhos me implorando.

— Vicenzo me deixa ir.

Se eu pudesse eu a deixaria ir para não ver ela sofrer.

— Você sabe que não posso, eles vão te matar da pior forma possível, eu não posso permitir.

Ela me encara.

— Você me condenou à morte Capo Vicenzo Gambino! Vou ser estuprada e depois estrangulada por Nikolay.

Posso sentir a dor nas palavras dela... isso me atinge como um soco no estômago. Nunca Amanda ninguém vai te fazer mal, eu não vou permitir.

— Eu jamais vou permitir.

Não suporto mais vê lá assim, caminho até ela a pegando em meus braços, ela tenta resistir, me da tapas em uma tentativa inútil de sair.

Ela desiste de fugir e encosta sua cabeça em meu peito, escuto o som abafado de seu choro e sinto minha camiseta umedecer com sua lágrimas.

Ver ela assim me deixa profundamente triste, não sabia que tal sentimento de dor fosse capaz de me atingir... Como é angustiante vê lá assim.

Falo baixo.

— Me desculpa Amanda por te fazer sofrer.

Sei que ela está me encarando agora mas não tenho coragem de olhar para ela.

— Não Vicenzo... eu odeio você.

As palavras dela ecoam em minha mente... Ela me odeia, eu sabia que seria assim, eu não sou uma pessoa boa, eu sou horrível mas ouvir dela acaba comigo.

Finalmente chego no quarto, entro e deixo ela na cama, não consigo encarar ela.

Desço as escadas e encontro Maria.

— Ela não está bem... cuida dela.

Antes de escutar qualquer resposta de Maria me viro atordoado... Caminho em direção a biblioteca, no final do corretor paro em frente a um espelho.

Meus olhar é triste, não me reconheço... estou com um nó na garganta, minhas mãos estão um pouco trêmulas, fecho a direita em punho e desfiro um soco no espelho.

Sinto o vidro estilhaçar, minha mão arder, e o sangue a umedecer... Eu mereço isso, eu mereço sentir dor.

Vicenzo: O filho do Don Where stories live. Discover now