Capítulo 60

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Amanda

Já estou no carro a caminho de Moscou, ao meu lado está Vicenzo segurando minha mão, Matteo está no banco da frente ao lado do motorista.

Meus olhos estão voltados para fora, mas minha atenção não está lá, ela está fixa em minhas lembranças... Fico repetindo em minha mente o momento em que atirei em Nikolay.

Todo mundo diz que a "vingança é um prato que se come frio", mas não diz o por quê. Porém eu aprendi que a vingança é um prato que se come frio porque seu ingrediente principal é a paciência... Suportei ser agredida, assediada e humilhada, eu sentia um medo tão grande, a impotência me dominava, quantas vezes implorei por piedade pensando em meu bebê...
Agora que ele está morto sinto um alívio tão grande... Nunca mais ele tocará em mim, nunca mais sentirei medo dele, ele nunca mais vai tirar nada de mim, pois no fim quem tirou tudo dele fui eu.

Vicenzo fala comigo atraindo minha atenção.

— Amanda, seu avô Bóris Petrova pediu para conhecê-la.

Fico em silêncio.

— Se não quiser tudo bem, ninguém vai força-la a nada... O jatinho já está sendo preparado em Moscou para nossa viagem de volta a Nova Iorque, de qualquer forma.

— Eu quero conhecê-lo.

— Tudo bem, então antes de retornarmos a Nova Iorque faremos uma visita a Bóris.

Encaro Vicenzo e falo.

— Como ele é?

— Um velho mafioso.

Ele solta um riso, e complementa depois de notar que estou séria.

— Ele me chamou de garoto arrogante quando nos conhecemos e falou que queria me matar... Mas no fim ele ajudou no seu resgate, então não acho que ele seja tão ruim.

Ele me encara e eu falo.

— Eu quero conhecê-lo por pura curiosidade, eu sinto como se ele fizesse parte de uma vida que não é minha... Eu fico imaginando como tudo poderia ter sido diferente, se minha mãe tivesse me levado com ela, esse mesmo homem que neste momento é um estranho para mim, seria alguém por quem eu nutriria amor de avô.

— Nada está perdido, você ainda pode se aproximar de seu avô, eu acredito que essa seja a intenção dele.

Volto a encarar a paisagem.

— Eu não sei se quero isso.

Finalmente chegamos no centro de Moscou, entramos em um hotel luxuoso.

— Esse lugar é incrível!

Vicenzo sorri para mim.

— Que bom que você gostou.

Entramos no elevador e logo chegamos em uma suíte de luxo.

— Bóris Petrova está na sua mansão em Tverskoy, esperando por nós.

— Tverskoy?! Onde fica isso?

— Perto daqui, é um bairro nobre de Moscou.

— Certo... Eu vou me arrumar antes de ir.

Encaro Vicenzo.

— Antes eu não estava, mas agora estou nervosa, ou ansiosa, não sei...

Ele aproxima-se de mim, e me abraça.

— Relaxa... Vai dar tudo certo.

Em pouco tempo estamos a caminho da mansão de Bóris com a nossa comitiva.

Vicenzo: O filho do Don Where stories live. Discover now