O assalto.

capítulo 14

Perigo.

Preciso me esforçar e ser o pai que ele merece, ele já não teve a chance de conhecer a mãe.

E o único pai que ele tem não dá uma mínima atenção a ele.

Como posso rejeitar meu filho, se ele é a única coisa boa que eu fiz.

Ele olha para trás me vendo, matteo esboça um sorriso tímido e largo.

Matteo: você quer jogar papai? - ele fala mexendo o controle e me olhando.

Ele nunca me chamava de papai, era sempre pai ou até mesmo Pedro.

Perigo: o que você tá jogando? - perguntei encarando ele.

Matteo: estou jogando super Mario, posso colocar para dois e a gente ver quem ganha as missões primeiro. - ele falou meio baixo mas eu consegui escutar.

Perigo: eu sou ótimo com esse jogo. - Falei. - você vai perder rápido. - Falei e ele começou a rir como se eu já tivesse perdido.

Sento ao lado dele no sofá, Matteo me entrega ao controle mudas configurações do jogo.

Não sei quanto tempo eu fiquei ali naquela sala com ele, só sei que jogamos vários jogos diferentes.

Brincamos até com os brinquedos dele, eu até montei um quebra-cabeça.

Eu nunca tinha parado para aproveitar o dia assim com ele, sempre tinha algo para fazer, ou eu mesmo me recusava a passar um tempo no mesmo ambiente que ele.

Só pelo fato dele me lembrar muito a mãe dele, a chiara.

Matteo: papai podemos fazer isso de novo outro dia? - ele perguntou sorridente.

Perigo: Podemos. - as palavras saíram antes de eu raciocinar direito.

Me surpreendo quando matteo se joga em meus braços, ele aperta os bracinhos curtos ao meu redor e me abraça com força.

Eu não tinha nenhuma reação.

Matteo: Eu te amo, papai. Obrigado por ter brincado comigo hoje. - Ele disse todo feliz saindo do abraço.

Eu não sabia como reagir com atos de carinho, era um pouco estranho para mim. Meu cérebro demora um pouco a processar como devo agir.

Respiro o fundo e puxo ele pra mais um abraço, fazendo ele dar umas gargalhadas.

Perigo: Eu também te amo, matteo. - Falei vendo ele sorrir pra mim