09 : willy-willy

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Estou presa nesse tufão que me roubou a vida por tempos em tempos
A chegada do willy-willy

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Mais uma vez vocês insistem em continuar me afogando
Na minha pele tem escrito "controle de garota frágil"
Um tipo de marca feito a ferro pelo corpo
Sem um valor a negociar com a vida
Uma pequena criança perdida e agredida
Controle de garota frágil
Eles controlavam
Aquela pequena parte de sua ventania
Que tanto faziam
Eles a mantiveram prisoneira daquela torre alta
Seus orgulhos eram reis
Eram uns verdadeiros
Abutres do poder
Comidos pela gula do diabo
Garota que nada fez
Garota que nada machucou
Garota que não tem culpa de nada
Que andava em um sapatinho de cristal quebrado já em
vidros frágeis
Que se machucava com cada  garrafa de álcool que eles achavam para lhe punir
Aquela que respeita sem ter respeito
Uma filha da perdição sem culpa
Aquela que cansou de olhar pros rostos exagerados de tinta barata
máscaras
máscara
eles querem ser reais em terras pobres
Que usaria a voz gritando com todos por terem desperdiçado seu tempo
Forçando os pulmões soprando tão forte quanto um catavento
Indo pra longe da destruição do willy-willy

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