56: esquecível

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Gritando em vão
Cantando aleluia

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Quem sou eu?
Ninguém lembra de mim,
Ninguém lembrará, quem sou eu
Ninguém consegue dizer quem sou eu
Ninguém me viu passar junto a maré
Ninguém ouviu de mim o suspiro de dor
O que sou eu?
Eu estava andando em um mundo do qual pessoas passavam e iam
Não sentiam
Não me viam,
Na presença daquela música mal tocada eu só escutava aranhões sem graça
Essa sensação de invisibilidade era terrível
Comecei a querer ser mais do que podia
Algo inesquecível no meio do esquecível
Tudo me fazia crê que eu era esquecível
Quem sou eu afinal ?
Ninguém lembrará de mim
A vergonha me sufoca
Tudo que é marcante me deixa em um mundo de ecos
Eu estava em meio a ecos
Eu estava tão pequena que pisavam em mim

Parece que tenho uma corrente segurando meus pés e meus braços
Meu corpo é uma rocha
Sem vida
Sem sabor
Tudo em mim me faz ser morna
Estou me afundando no esquecimento
Eu passo por pessoas
E pessoas passam por mim
Inesquecível
Não conseguir ser ouvida no mundo
Não conseguir ser lembrada na terra
Não estou conseguindo deixar minha chave de salvação
Mas não sei gritar forte suficiente
Não sei correr rápido como eles
Não consigo agarrar tão longe
Me tornei um pacto com a escuridão
Me tornei sua esquecível história com os deuses da meia noite
Me tornei esquecível
Sendo que tudo que eu queria, era ser inesquecível em milhares de luzes
Em meu mundo de indecisões.

Entre Marés Where stories live. Discover now