Poesia de número 45

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A ampulheta deu seu aviso sem demora

A areia estava se desfazendo em velocidade máxima,

Areia movediça que chegou esmagando meu peito,
Chegou me fazendo de ares sem ar

No deserto dormir e morri,
No fundo da terra me sentir culpada por não lutar mais do que eu podia

Não era mais água,
Não era mais mar

Uma mistura de desespero
Uma mistura de medo

A areia cobria meus pés e minhas mãos
Minha boca
Essa areia quente que se transformava em larva
Essa areia movediça que me puxava para baixa
Tudo se enchia pela boca e não parava até sufocar

Minúsculos grãos de areia que me impediam de gritar alto meus sentimentos

Castelos apreciam e se iam se desmancharam
Me mancharam
Me descoloria
E meu corpo morria na areia movediça.

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