#01

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Tudo parecia fora de ordem naquele ambiente, além das expressões de desdém nos rostos dos meus pais; meu irmão caçula mostrava-se apreensivo e descontente. O clima assemelhava-se a um velório, se não pior.

- Alguém vai me dizer o que está acontecendo? Não tivemos um jantar tão silencioso desde que descobriram que eu frequentava casas noturnas. - Percorreu o olhar por todos, Minato pigarreou antes de dispensar os empregados ainda presentes.

- Podem se retirar. - Ordenou aos empregados, enquanto Naruto quase o fazia também, salvo pela insistência de Kushina que o convenceu a ficar.

- Vocês estão me assustando. - Confessou o loiro. Com toda a tensão, perdeu o apetite. - O que aconteceu? - A pergunta soou genuína, e ele não esperava descobrir o motivo das expressões de desdém, ficaria chocado quando soubesse.

- Filho, independentemente do rumo desta conversa, saiba que eu e seu pai tentamos encontrar outras saídas. Só recorremos a isso por falta de opções. Espero que entenda nosso lado. Kushina já previa, como se o tivessem vendido para um sociopata canibal, uma comparação obviamente tola, pois era pior do que isso.

- Deidara. - Começou Minato, unindo as mãos à da ruiva ao lado, visivelmente nervosa, deixando o loiro ainda mais preocupado.

- Como sabe, nosso reino passou por um momento precário após a guerra das bijuu's. Achávamos que conseguiríamos sustentar por mais tempo, mas a situação piora. Por isso, tomamos uma decisão difícil, mas necessária. Hoje, tivemos uma reunião com Madara Uchiha...

- Espera, o quê? - Ele o cortou, o sobrenome dito já era motivo de assombro. - Madara? Por quê? - Questionou, extremamente confuso, já tirando inúmeras desculpas, envolvia algo maior do que esperava.

- Deixe-me terminar, não tire conclusões precipitadas.

Limpou a garganta antes de dar um gole generoso no vinho que restava em sua taça. - Tentei fazer um acordo, terras em troca da ajuda dos Uchihas, em troca de dinheiro. Mas, ele sugeriu algo com garantia, dado nosso histórico com golpes. Ele sugeriu uma união legal, uma aliança entre você e o primogênito dele.

Inicialmente, as palavras de ambos não fizeram sentido para Deidara, que estava mais focado em buscar razões para descobrir por que seus pais iriam atrás de Madara Uchiha. Tudo fez sentido quando a palavra "união" foi mencionada; Deidara imaginou ser uma piada e esperou por risos ou qualquer indício de que aquilo não fosse verdade.

Ofereceram a liberdade que ele tanto almejou para salvar o que já estava arruinado, sem sequer contatá-lo antes de aceitarem. Estavam apenas comunicando sobre o acordo, enquanto ele esperava por mais surpresas. Estava sem palavras.

- Não será tão ruim, filho. Obito é um homem ocupado e só precisa de um ômega para assumir o trono, e será você. Entendemos se precisar de um tempo para digerir, mas estamos fazendo isso pensando em nossa família. Poderá voltar para casa sempre que quiser; iremos até você, mas não podemos ficar expostos em um momento tão crucial.

A mulher ergueu suas mãos até a bochecha do filho, que permanecia em silêncio e de cabeça baixa. - Sinto muito, meu filho, mas acredite que dói em mim tanto quanto em você.

- Espera que eu acredite que em algum momento pensaram em mim!? - Se ergueu em um pulo. - Vocês estão mais preocupados em manter a fortuna e influência dos dois à mostra ao povo.

Cuspiu as palavras, como se as tivesse juntando durante o tempo em que se manteve quieto. - Eu simplesmente não consigo acreditar que me venderam.

Seu tom de voz escapou carregado de mágoa e raiva, e ele finalmente saiu da sala de jantar, batendo a porta. Precisava de tempo para pensar, raciocinar e arquitetar um plano de fuga, pois não aceitaria se casar com um homem, principalmente um Uchiha.

𝙇𝙖𝙘̧𝙤𝙨 ✝ {𝑶𝒃𝒊𝒅𝒆𝒊} Where stories live. Discover now