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O sol, em seu derradeiro adeus, pintava o céu com tons de laranja e roxo sobre o castelo da família Uzumaki. Rumores sussurrados entre serventes teciam uma trama em torno do noivo de Deidara, envolvendo um episódio que circulava há dois dias pelos corredores. Ele, um ômega, afirmara que não podia impedir encontros com outros ômegas, mas esperava que Obito compreendesse a importância de manter tais assuntos longe dos murmurinhos do povo.

Olhares pesados recaíam sobre o loiro, que suportava o fardo de uma traição que não cometera. A dor desses olhares era agravada pela percepção de que, aos olhos dos outros, ele era insuficiente para o Uchiha. Contudo, isso não passava de uma fachada, uma máscara que Deidara usava para alcançar seus próprios objetivos e ajudar sua família em declínio.

Uma carta chegou, portadora das palavras de Obito, anunciando um jantar com Madara para discutir não apenas o casamento, mas também assuntos mais profundos. O castelo estava carregado de tensão quando Deidara, já preparado com antecedência, calçava os sapatos, seu cabelo preso em um coque sem muito preparo.

A ausência de sentimentos fortes envolvia Deidara, como se a explicação de sua relação com Obito fosse desnecessária para aqueles que tagarelavam pelos corredores do castelo. Entre suspiros, ele aplicava óleos nas mãos, transformando-as em suavidade perfumada, uma ironia sutil naquele ambiente carregado de tensões.

Uma batida na porta quebrou a tranquilidade, e a voz firme de Anko ressoou, interrompendo o momento. "Alteza, Lorde Obito o aguarda no salão principal." Deidara, rápido e decidido, virou-se e saiu, deixando para trás a surpresa marcada no rosto da servente, que mal teve tempo de processar a súbita movimentação.

Anko, percebendo a tensão em Deidara, expressou sua cautela. "Me parece nervoso," disse ela, aconselhando-o a não agir com indiferença diante dos boatos. Para ela, a fragilidade de um ômega poderia ter impacto até nos alfas mais difíceis.

Agradecendo o conselho, Deidara recusou adotar uma postura fragilizada. Decidiu, em vez disso, permanecer indiferente, confiante de que Obito entenderia o que as palavras não precisavam dizer. Ordenou que Anko trancasse o quarto, reconhecendo a necessidade de proteger sua privacidade diante dos olhos curiosos das empregadas que estavam em busca de munição para as fofocas.

Enquanto se encaminhava para o salão principal, Deidara tentava enterrar a insegurança que as fofocas haviam despertado. Sabia que Obito tinha uma vida pregressa ativa, e abandoná-la seria um pedido demasiado. No corredor, deixou para trás temporariamente o desconforto, preparando-se para enfrentar a figura imponente no salão principal.

O olhar negro e gélido do Uchiha voltou-se para o ômega, que manteve uma postura recíproca e indecifrável. - Vamos aguardar, Sasuke, e então partiremos. - Entre suspiros, Deidara concordou e deu um passo quando Obito ousou se aproximar. - Por que está agindo assim? - O silêncio que se seguiu foi suficiente para Obito assentir, decidindo não tentar se aproximar novamente, evitando provocar a ira do ômega na véspera de um jantar tão importante. Sentaram-se em poltronas, desviando o olhar, enquanto algumas empregadas entravam para servir chá. O Uchiha percebeu que algumas delas cochichavam e riam, aparentemente às custas de Deidara. Sua expressão fechou-se rapidamente; o loiro não pareceu incomodado, mas tomou a liberdade de dispensá-las ao notar a situação.

- Por que estão rindo de você? - Não conteve sua queixa, cruzando as pernas e apoiando as mãos nos braços da poltrona.

- Vejo que não está a par dos boatos que correm sobre mim.

- Não estou.

- Sou incapaz de satisfazê-lo. - O tom de Deidara soou irônico, porém divertido como se fosse algum tipo de piada. Os olhos de Obito mergulharam em dúvida, não compreendendo sobre o que exatamente ele falava. - Estão rindo pois, segundo a informação, outro ômega dormiu com você. Dizem que sou incapaz de satisfazê-lo, por isso está atrás de outro.

𝙇𝙖𝙘̧𝙤𝙨 ✝ {𝑶𝒃𝒊𝒅𝒆𝒊} Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon