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Eu não poderia ter sido pego mais desprevenido do que fui nesta manhã.

Já tinha um pretendente há uma semana, e só hoje descobri. Madara, Itachi e Sasuke sabiam desse garoto, dez anos mais novo que eu, um Uzumaki. Fui informado que em breve iríamos até Konohagakure para que eu o conhecesse. Meu pai afirmou que eu deveria me casar em breve para assumir seu lugar, e sem um ômega ao meu lado, não poderia seguir nossa tradição.

Acabei de sair do banho, enquanto esperava a ômega com quem me envolvi ontem à noite decidir se iria embora, mas nada. Desci, tomei café, finalizei meu banho, e ela ainda não havia levantado.

Fico me perguntando se foi demais para ela, o sexo bruto sem pausas que gostamos, e mesmo assim aceitou e afirmou que gostava. Mas agora, aparentava estar desmaiada desde ontem.

Permiti que ela ficasse, pois testei coisas jamais testadas com ninguém ontem, talvez tenha sido demais para ela. No entanto, já se passaram horas e eu iria conhecer meu futuro ômega.

Uma servente já estava no quarto, passando o terno que eu vestiria hoje, enquanto um mordomo entrava com o medicamento para a garota adormecida. Minha paciência estava esgotada quando decidi acordá-la, puxando o edredom que a cobria, revelando um corpo nu e marcado, encolhido em uma cama tão grande quanto a minha.

- Acorda, porra! ‐ Embolei o edredom e joguei contra ela, que gemeu e abriu lentamente os olhos. - Vai embora. - Agachei-me próximo dela ao atirar suas roupas, observando seu choque ao se levantar em um pulo e perceber estar exposta aos empregados. Ela se vestiu de forma desajeitada, mas rapidamente saiu aos soluços do quarto.

- Saiam vocês também. - Dispensei as empregadas, que levaram consigo os lençóis sujos da cama e a bandeja. Parei em frente ao espelho, vestindo a última peça que faltava, o terno preto e bem passado, ajustando as mangas e a gravata.

Estava bem daquela forma. Meu cabelo estava alinhado com um penteado habitual feito com gel, o terno estava perfeitamente liso, minhas mãos cobertas com luvas pretas, e me poupei de cobrir a cicatriz em meu rosto, pois não faria aquilo todos os dias. Se fosse realmente me casar, não teria paciência para isso pela manhã. Pronto, deixei o quarto e fui em busca de Itachi, que nos acompanharia, pois a residência dos Uzumaki's ficava no caminho de onde ele ficaria.

O encontrei em um dos corredores, juntamente com Sasuke, ambos discutindo sobre as cobranças que meu pai também fazia a eles, pois eu não era o único com deveres.

Itachi devia assumir seu posto ao lado de Gaara em Sunagakure para ganhar um lugar no conselho das nações. Dessa forma, eu iria assumir o trono e ele também, enquanto Sasuke tomaria o lugar do irmão e lideraria ao meu lado, como auxiliar. A pressão estava igualmente posta sobre os ombros de Itachi e os meus.

Sasuke era o mais novo entre nós, apesar de estar prestes a completar vinte anos. Itachi, por sua vez, era mais velho que Sasuke, com seus vinte e sete anos, enquanto eu estava prestes a completar trinta e dois.

Enquanto aguardávamos a disponibilidade de Madara, discutimos sobre o ômega que estava prestes a se tornar uma parte peculiar da minha vida. A decisão de aprová-lo, levá-lo para casa ou simplesmente avaliá-lo estava em aberto. Já havia sido apresentado a vários ômegas antes, cada um sendo submetido ao meu método exclusivo de seleção.

Casamento para mim era apenas um título, sem objeções da minha parte. Minha vida continuaria da mesma maneira, sem limitações a um único parceiro, mantendo o controle sobre minha própria vida, apesar da responsabilidade adicional.

Sasuke, o único entre nós a ter conhecido o ômega, detalhou suas características para mim. Presumivelmente, ele se encaixava no meu gosto, com cabelos loiros, olhos azuis, pele pálida e uma altura que se destacava. Eu mal podia esperar para encontrá-lo.

~~☆~~

Minato gentilmente se ofereceu para me mostrar parte do castelo enquanto percorríamos corredores suntuosos adornados com objetos dourados. A ironia se destacava: um rei supostamente à beira da falência exibindo tanta opulência.

Durante o passeio, Minato elogiou seu filho, descrevendo-o como um loiro teimoso que, apesar disso, era facilmente controlado com uma chamada de atenção. A situação parecia infantil, considerando que eu estava prestes a lidar com um adulto.

Ao ser informado da altura do Uzumaki, 1,70m, ideal para mim, fantasiei sobre um ômega que seria um passatempo agradável até conseguir meu casamento de fachada desejado. Minhas intenções de negócios eram compreendidas por Minato, ambos compartilhando a visão de utilizar a união para fortalecer Konohagakure.

No entanto, a escolha de Minato de colocar seu herdeiro no meio de uma iminente guerra me intrigava. Talvez o ômega estivesse ciente do motivo, o que facilitaria as coisas e evitaria lidar com um jovem indomável.

- Onde está o garoto? Estamos enrolando por esses corredores, e sua propaganda está me deixando a desejar, majestade.

- Vou mandar que o chamem. Deidara leva muito a sério a vaidade, tenho certeza de que deve estar se preparando para você. - Não pude evitar um riso diante das palavras falsas, embora concordasse. - Por favor, Itaki, mandem chamar meu filho mais velho, e digam-lhe que estou o esperando no jardim fechado. Seja rápido.

- Isso não parece muito com um jardim. - Minhas palavras soaram irônicas, e ele percebeu. Logo, portas duplas se abriram, revelando o jardim, silenciando-me.

- Sentem-se. - Indicou duas cadeiras, uma para mim e Madara, que logo entrou com uma mulher ruiva, presumivelmente a mãe do ômega. Eu obedeci, observando o ambiente. O jardim era expansivo, exalando um aroma agradável de flores que se destacava entre os odores habituais de vegetação.

- Lamento não poder ficar um pouco mais. Mas, preciso cuidar de algumas coisas. - A ruiva despediu-se de Minato, curvando-se diante de mim em sinal de respeito, e saiu acompanhada por duas empregadas que seguravam papéis e cartas.

Ignorando a conversa entre meu pai e Minato, aguardei pacientemente para ver meu ômega.

~~☆~~

Ele era mais baixo do que eu esperava, a diferença de quatro centímetros não parecia ser significativa, mas era perceptível quando ele ficava próximo a mim.

O jovem permanecia imóvel, aparentando nervosismo, exatamente como eu desejava. Liberei meus feromônios para mantê-lo submisso, me aproximando do corpo pequeno e estático. Inclinei-me próximo ao seu pescoço para captar seu cheiro, confuso com tantos aromas no jardim. Ao inspirar profundamente, fui envolvido por um aroma doce e cítrico que agitou meu instinto.

Afastei-me com desdém, perturbado. Aquela fragrância... droga!

- Cacete, é doce...

Tentando disfarçar minha reação, cobri meu nariz. No entanto, sua voz me desconcertou, um choque percorrendo meu corpo, forçando-me a afastar e manter distância. Qualquer resquício de autocontrole se esvaiu, e busquei desesperadamente um banheiro para hóspedes nos corredores.

Frustrado pela ausência de um banheiro de emergência, me tranquei em uma sala vazia, usando meu próprio corpo para segurar a porta.

- Ah, merda... - Meus olhos caíram para o volume entre minhas pernas, meu membro pulsando sob a pressão da roupa. Aquele maldito ômega havia me excitado apenas com seus feromônios.

...

Todos nós gostamos de ler uma mesma situação em diferentes pov's, não é mesmo?

Então aqui temos a visão do Obito.

Até o próximo. Beijinhos 💋

𝙇𝙖𝙘̧𝙤𝙨 ✝ {𝑶𝒃𝒊𝒅𝒆𝒊} Where stories live. Discover now