#06

138 13 5
                                    

Deidara encontrou-se atordoado diante da elaborada preparação de Obito. Cada detalhe meticulosamente planejado deixou o loiro sem palavras, especialmente ao perceber que o ambiente havia sido cuidadosamente moldado conforme seus gostos.

O álcool corria em suas veias, desequilibrando-o e tornando impossível um raciocínio lúcido.

- Agradeço pelo esforço, mas quero ir embora. - A voz de Deidara soou trêmula, enquanto Obito, com cinismo, permaneceu imóvel. - Espera! Vamos voltar. - Correu atrás da carruagem, percebendo tardiamente que o motorista, um servo de Obito, somente ouviria a ele.

- Não esperava por essa recusa. - Disse o homem, aproximando-se de Deidara.

- Eu certamente não esperava que nosso primeiro encontro fosse na sua cama. - Tsukuri manteve-se ereto, encarando as órbitas negras de Obito, carregadas de uma diversão sutil sempre que Deidara se exaltava.

- O que há de errado? Deve preparar seu corpo para me receber em breve, meu pequeno gato assustado. - Um sorriso sutil surgiu nos lábios úmidos do mais velho, que suspirou liberando feromônios ao redor do ômega. Este murchou os ombros e deu alguns passos para trás. - Minha paciência está se esgotando. Resistir é inútil; portanto, disponha-se a continuar sendo obediente.

- Está insinuando... - Calou-se quando o moreno se reaproximou, os feromônios mais intensos, a voz com comando, e as mãos grandes segurando o corpo de Deidara. Ele se inclinou, inspirando profundamente o aroma do garoto, deleitando-se.

- Vamos tornar isso suave para ambos. Seja obediente, e eu serei gentil. - As mãos de Obito deslizaram pelos fios claros, enrolando-os com cuidado entre seus dedos. Segurou a nuca do loiro, afundando o rosto no vão do pescoço, inspirando profundamente o novo vício, o aroma adocicado que agitava seu lobo.

- Não... - O corpo do loiro cedeu, lutando para retomar o controle. Agarrou o terno de Obito, afrouxando o aperto ao empurrá-lo. Embora o gesto não tenha causado um grande impacto no corpo alto, foi suficiente para afastá-lo, acompanhado apenas por um rosnado e a silhueta do homem mais próxima. - Lhe garanto, Uchiha, que se me tocar além do que permito, jamais assumirá o maldito trono contando com minha benevolência para dizer "sim" no altar.

Obito encarou o loiro com expressão endurecida, sendo desafiado descaradamente por um jovem insolente. O ômega havia tocado em um ponto inegociável para ele: a necessidade de assumir o trono, prioridade máxima diante da situação delicada da família. Mesmo assim, o desafio estava ali, testando seus limites.

Com relutância, Obito cedeu, lançando um olhar indescritível ao jovem, que parecia atordoado demais para reagir. Era um ômega fragilizado pelos feromônios de Obito, mas lutava contra eles como o diabo lutava contra a cruz.

- Cuidado com o que diz. Está apenas alimentando minha imensa vontade de apertar esse pescoço... - A voz do homem soou firme, enquanto Deidara mantinha a postura. Apesar do turbilhão interno, escondeu habilmente seus reais sentimentos, sabendo que demonstrar medo só alimentaria a sensação de poder de Obito.

- Mas não poderá me tocar. Não enquanto não estivermos sob o altar. - O tom desafiador não provocou sequer um tremor no Uchiha. - Eu quero ir para casa. Chame seu motorista.

- Como desejar, Tsukuri.

~~♧~~

Madara, com uma expressão furiosa, não conseguia acreditar na audácia do jovem que ele mesmo criara e cultivara. As mãos bateram com força contra a mesa, seu olhar raivoso fixado nos sobrinhos à sua frente. Itachi e Sasuke, imperturbáveis, compartilhavam os planos de Obito como se fosse uma sentença.

- Inacreditável. Eu criei aquele moleque, fiz de tudo por ele, para aquele mimado achar que tem o direito de me tirar do meu cargo no clã? Isso é inadmissível! - A indignação ecoava em cada palavra proferida por Madara, cujo semblante denunciava uma mistura de fúria e incredulidade.

...

Madara, intrigado pela proposta de seu sobrinho, inclinou-se para frente, estudando cada palavra cuidadosamente.

- Uma votação jurídica para transferir o comando do clã para você? - Indagou Madara, mantendo um olhar perspicaz. - Itachi, você compreende as implicações disso? Está disposto a enfrentar as consequências de afastar Obito e assumir essa responsabilidade?

Itachi, sério, respondeu com confiança: - Eu entendo as implicações, tio. Acredito que, se agirmos de maneira sábia, podemos evitar conflitos maiores e manter a estabilidade no clã. Obito, por mais ambicioso que seja, não possui a experiência necessária para liderar.

Sasuke, observando atentamente, decidiu intervir: - Além disso, Madara, a proposta de Itachi também preserva sua influência no clã. É uma transição suave, e seu conhecimento ainda será valioso para as decisões futuras.

Madara, ponderando as palavras dos sobrinhos, finalmente assentiu com uma expressão pensativa.

- Muito bem, Itachi. Vamos seguir com essa votação jurídica. A estabilidade do clã é prioridade, e se vocês acreditam que essa é a solução, confiarei em seu julgamento. Preparem os documentos necessários. Estou disposto a ceder o comando, desde que seja para o benefício do clã Uchiha.

- Me certificarei de que tudo siga de maneira justa e transparente. - Itachi assegurou com determinação, comprometendo-se a garantir a integridade do processo.

Madara, observando seus sobrinhos, assentiu com satisfação.

~~♡~~

- Como foi, meu filho? - A voz materna acolhedora ecoou enquanto o jovem se precipitava para os braços de sua mãe. A ausência do Uchiha recém-partido preenchia o espaço entre eles. - Ei, espera... O que aconteceu? -Os olhos azuis de Kushina se apagaram rapidamente, sua expressão tornando-se severa diante da tensão palpável em seu filho. Ela intuiu que as ações do Uchiha mais velho estavam por trás disso. - O que ele fez?

- Não, eu estou bem, ele não fez nada. - Deidara tentou minimizar, escondendo a tentativa de Obito de forçá-lo a algo. O trabalho árduo que enfrentaram já era suficiente, mas Deidara sabia que as ações de Obito eventualmente o desagradariam. Nesse momento, tudo o que ele precisava era do conforto confiável dos braços de Kushina.

- Não minta, Deidara. Podemos resolver isso... Te submeter a esse casamento foi uma ideia terrível. Eu sinto muito... - As palavras de desculpa da ruiva acompanharam o abraço apertado ao redor do filho, que apenas assentiu, assegurando que estava bem.

- Eu estou bem. Eu soube lidar com a situação, e eu agradeço sua preocupação, mas eu já passei tempo o suficiente sob seus cuidados e proteção. - Deidara suspirou. - Eu devo aprender a me cuidar sozinho. Você não vai poder estar 24 horas comigo, mas no momento eu só precisava do seu abraço.

Kushina soltou um suspiro tenso, seu olhar fixo no rosto do filho enquanto tentava decifrar as palavras cuidadosamente escolhidas por Deidara. Entre eles, um entendimento silencioso florescia, uma conexão que ultrapassava as palavras. Ela acariciou suavemente os cabelos do jovem, um gesto de carinho e compreensão.

- Eu sei que você é forte, Deidara. Mas lembre-se, não há vergonha em buscar ajuda quando precisar. Estamos aqui para você, sempre. - As palavras da mulher eram firmes.

...

Está rolando um puxa-puxa entre os Uchihas, né? Haha

Até o próximo. Beijinhos 💋

𝙇𝙖𝙘̧𝙤𝙨 ✝ {𝑶𝒃𝒊𝒅𝒆𝒊} Where stories live. Discover now