#13

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Os dias começaram a passar rapidamente desde o "aviso" de Obito. Para o ômega, demonstrar qualquer sentimento, seja mágoa ou desconforto, era inútil quando se tratava de um alfa, principalmente o Uchiha. Ele acabou cedendo mais do que pretendia e se viu exatamente onde jurou não ir. Assim, Obito o tinha, mas não da forma que imaginou.

Ainda era um pouco vergonhoso lembrar das coisas que fez, das palavras sujas que proferiu. Foi instintivo, mas o ômega sentia vergonha ao relembrar.

Enfim, uma semana se passou, e ele fitava o próprio quarto, com um aperto no peito ao vê-lo vazio. Suas roupas não mais espalhadas, seus produtos diários não mais sobre a penteadeira, tudo empacotado em uma mala, sendo levado para outro lugar, desconhecido.

Obito conseguiu tirar-lhe tudo. Um suspiro cansado e vencido escapou dos lábios do ômega.

Sentiu um laço envolver seu corpo e, ao virar-se, sorriu com esforço para Naruto, que ostentava uma expressão triste.

- Sou eu quem vai se mudar, e é você que está triste? - Usou um tom sereno para amenizar - Não faça essa cara, estive me segurando o dia inteiro para não chorar... Não me faça desabar agora.

- Desculpe-me. Apenas saiba, sentirei sua falta. - Deidara fungou, abraçando forte o irmão. - Não fique sem dar notícias, qualquer problema... seja seu ou que envolva aquele estúpido, diga, nosso pai com certeza dará um jeito nele.

- Eu sei... Mas não há necessidade. Em algum momento, aconteceria. Só espero que ele não esteja planejando algo... Não sei se posso suportar a ideia de algo que venha dele.

- Aguente só até o casamento. Vamos conseguir a anulação, e você estará livre dele.

- Alteza, Lorde Obito está lhe esperando lá fora. - A voz de Anko interrompeu o momento, soando trêmula e hesitante.

- Claro, avise-o que já estou saindo. Estou apenas me despedindo.

"Claro, licença." Foram as últimas palavras da servente, que saiu às pressas. O olhar de Deidara caiu mais uma vez sobre Naruto, dando-lhe outro abraço apertado. Enquanto o ômega caminhava pelos corredores, encontrou seus pais parados nos portões, Madara ao lado de Obito, que parecia irritado, com mau humor evidente.

- Desculpe-me fazê-los esperar. - Secou o canto dos olhos ao fitar Kushina, aproximando-se dela, recebendo um beijo em sua testa. Mesmo sendo um pouco maior, inclinou seu rosto para receber o gesto. Minato não ficou de fora; despediram-se com um abraço, e Minato apenas sussurrou em seu ouvido. "Quando for o momento, eu buscarei você, Deidara, não se preocupe." De alguma forma, as palavras assustadoras de Minato o tranquilizaram, como se ele lhe avisasse que algo ruim aconteceria, mas, controversamente, ele chegaria a tempo de salvá-lo.

Foi uma despedida triste, pois não desejava partir de casa, muito menos com uma companhia daquelas. Madara não estava na carruagem com Obito, o que trouxe certo alívio, pois não precisaria lidar com as duas figuras que o deixavam desconfortável.

O caminho até a nova casa foi completamente desconfortável, com um clima péssimo tanto dentro da carruagem quanto fora. O céu estava nublado, uma neblina densa cobria a estrada, e uma garoa fria caía do céu.

Era irônico, pois sentia Obito da mesma forma. Frio. Presumiu que talvez o alfa tivesse ouvido muitas coisas de Madara, deixando-o de mau humor, bufando pelos ares.

Não trocaram uma palavra; o silêncio desconfortável pairava até que, após algumas horas, a carruagem diminuiu gradualmente até parar. A voz do chofer de Obito ecoou do lado de fora, anunciando que haviam chegado.

Até então, o ômega não sentiu curiosidade em ver nada, mantendo suas cortinas fechadas durante todo o percurso. Agora, com a ajuda do motorista que estendeu a mão para ajudá-lo a descer, seus olhos brilharam diante da aparência de sua nova casa.

𝙇𝙖𝙘̧𝙤𝙨 ✝ {𝑶𝒃𝒊𝒅𝒆𝒊} Where stories live. Discover now