#05

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As palavras se perderam em meu silêncio diante da visão daquele ômega cativante.

Um sorriso se desenhou em meus lábios quando percebi que teria diversão garantida. Avancei com passos serenos, a excitação crescendo ao sentir a vibração de sua apreensão. Era um gatinho medroso, irresistivelmente intrigante.

- Você está deslumbrante esta noite, Deidara. Posso? - Estendi a mão, ele retribuiu e entregou a sua. Segurei-a, elevando-a aos lábios para aspirar seu aroma, depositando um beijo sutil enquanto mantinha o olhar fixo na paisagem.

- Agradeço pelo elogio. - Ele retirou a mão com cautela, e caminhamos em direção à carruagem que nos aguardava. Com tudo meticulosamente planejado, desde o vinho até a atmosfera, eu estava determinado a fazê-lo meu. Seu futuro seria brilhante ao meu lado, mesmo que sua luz fosse ofuscada.

Dentro da carruagem, rodei a taça entre os dedos, entregando-lhe uma vazia. A revelação sobre seus pais adotivos foi uma peça no tabuleiro, uma forma de distorcer sua perspectiva.

- Fiquei surpreso ao saber que Kushina e Minato não são seus pais biológicos. Ninguém diria isso ao vê-los. - Ofereci-lhe vinho, e após alguma resistência, ele aceitou. Enchi as taças, determinado a tecer meu caminho na trama que envolvia aquele ômega intrigante.

- Você não é o primeiro a dizer isso. - Confessou o loiro, Deidara, dando um gole generoso no vinho. - Eu os vejo assim, afinal, me criaram como se eu fosse deles.

- Tem sorte, Tsukuri, e não faz ideia disso. - Murmurei, acomodando-me no estofado da carruagem. Felizmente, a estrada era suave, proporcionando um ambiente propício à conversa.

- Eu tenho... - Sua voz soou culpada enquanto seus olhos azuis encontravam os meus. Ele mal havia tocado no vinho.

- Irá desperdiçar? - Focalizei sua taça, e ao perceber, ele a esvaziou de uma só vez. Um riso leve escapou de mim, prontamente preenchendo novamente sua taça. - Aprendi que nunca se deve deixar uma taça vazia.

- Mas... Ainda está cheia. - Ignorando isso, servi até a metade novamente, exibindo um sorriso descontraído. - Obrigado, já está bom. Sou fraco para o álcool.

- Não se preocupe com isso. - Fixei meu olhar nas adoráveis Íris azuis, bebendo calmamente o líquido restante em minha taça.

Tsukuri desviou o olhar, buscando um ponto fixo para encarar. - E você... É próximo de sua mãe? - A pergunta inesperada revelou a lacuna de conhecimento sobre minha vida e a dinastia Uchiha. Poderia ter me recusado a responder, mas escolhi compartilhar, desejando que ele se apegasse a mim.

- Não conheci minha mãe. - Cortei qualquer suspense, não havia nada a esconder, apenas a ausência.

- Ahm... Eu não fazia ideia.

- Ele era um prostituto qualquer. - Comecei - Ele e meu pai estavam envolvidos, até que um dia o ômega engravidou. Se envolver com Madara Uchiha na época não era visto com bons olhos. Fui entregue a Madara assim que nasci, e minha mãe desapareceu. Meu pai nunca escondeu, mas nunca aprofundou o assunto.

Bebi o restante do vinho, deixando a taça entre o vão das pernas. Deidara absorvia cada palavra, ouvindo-me com atenção.

- Madara nunca foi bom com crianças. Ele me ensinou o básico, mas quem realmente me criou foi Mikoto Uchiha. Que descanse em paz... Bem, estou inteiro, ao menos.

- Existe muita coisa que não sei sobre você. - Ele suspirou, aparentemente prestes a dizer algo. - Escuta... Essa história de noivado surgiu repentinamente. Eu não o conheço tanto quanto gostaria, mas espero ter a oportunidade.

- É melhor que esteja ciente... Vai se decepcionar. - Os olhos azuis brilharam. - Não sou alguém que você deve querer conhecer profundamente.

- Não deve ser pior que os boatos. Vocês Uchihas não carregam histórias agradáveis.

- Boatos? Diga-me o que escuta de mim por aí... - Aproximei-me do garoto, percebendo sua cabeça flutuando. Suas bochechas entregavam uma indisfarçável embriaguez, e seus fios antes alinhados agora estavam levemente desgrenhados pela inquietação no banco.

- Sei que dorme com diversos ômegas diferentes todas as noites. Somente ômegas... - Ele apoiou a cabeça na própria mão, encarando-me com uma coragem que emergiu de algum lugar obscuro. - E que precisa se casar urgentemente para assumir o lugar do seu pai. Além de que... você é um cretino.

A linguagem direta me pegou de surpresa, mas a descontração de Deidara me agradava. Ele estava audacioso, e eu apreciava isso. Aproximei-me de seu rosto corado, abrindo um sorriso lascivo.

- Você acredita em tais boatos?

- Vocês são assustadores. Eu acredito no que sinto. - Deidara, buscando alguma clareza, ocultou o rosto com as mãos assim que a carruagem parou.

- Nós chegamos. - Anunciei, organizando cuidadosamente o que havíamos desarrumado durante a viagem. Desci primeiro, estendendo a mão para o jovem, que preferiu descer sozinho, recusando minha ajuda com um leve desequilíbrio.

- Obito... - Sua voz soou baixa, como se tentasse desvendar o que se desenrolava. Até eu, em meio ao cenário preparado, sentia uma certa surpresa pela execução primorosa de meus empregados.

Reuni elementos que sabia serem do agrado de Deidara, detalhes que Minato compartilhara sobre suas preferências: noites tranquilas, luzes suaves, morangos e um ambiente espaçoso, mas acolhedor, com poucas pessoas. Um espaço que oferecesse conforto e familiaridade.

O caminho iluminado por luzes tênues conduziu-nos até minha casa à beira do lago. Meu quarto, visível através da ampla janela, resplandecia apenas pelas chamas das velas. Um lençol estendido no gramado suportava uma profusão de iguarias, incluindo morangos e doces derivados da fruta. Tudo sob a vastidão da lua, testemunha silenciosa.

...

Um capítulo curto apenas para dar o gostinho do que está por vir.

Um pouco de desenvolvimento... Nosso querido Obito ao que tudo indica, sabe como agradar alguém, não?

Até. Beijinhos 💋

𝙇𝙖𝙘̧𝙤𝙨 ✝ {𝑶𝒃𝒊𝒅𝒆𝒊} Onde as histórias ganham vida. Descobre agora