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Os raios solares acariciavam suavemente o rosto sereno do ômega adormecido, preenchendo o quarto com uma iluminação sutil filtrada pela cortina.

Obito contemplava o semblante inocente do loiro, assegurando-se de sua respiração tranquila, permeado por um sentimento de culpa por não tê-lo tratado com gentileza anteriormente. Considerava a possibilidade de que, agindo de maneira diferente, tudo poderia ter tomado um rumo distinto.

Desde o princípio, a atração do Uchiha pelo visual angelical do ômega transformou-se em rendição completa quando percebeu os comportamentos surpreendentemente distintos. O loiro, arisco e determinado a ter a última palavra, revelava-se como o tipo de desafio ideal para Obito, mesmo este desconhecendo que tal tipo existisse.

Observar o ômega adormecido em sua cama inspirou pensamentos sobre a possibilidade de tê-lo diariamente ao seu lado, com seu aroma doce provocando excitação e serenidade simultaneamente. Era um misto de sensações desejáveis que ele ansiava experimentar mais vezes.

Entre pensamentos egoístas, um em particular tornou-se mais intenso após três noites de cio, levando Obito a questionar se seria aceitável ser egoísta em alguns momentos. Após passar dias intensos com Deidara, satisfazendo suas necessidades incessantes, Obito esperava ansiosamente o despertar do ômega para definir se aquela seria a despedida ou não.

Ao aproximar seus dedos do rosto delicado, sentiu a necessidade de se aproximar ainda mais, provocando uma resposta do loiro que, instintivamente, se aconchegou em seus braços, escondendo o rosto em seu peito. Obito suspirou, acariciando os fios dourados da nuca de Deidara, mergulhando no agradável aroma que emanava dele.

Aquele instante efêmero foi interrompido quando a respiração de Deidara se estabilizou, seus movimentos cessaram, e os cílios dourados roçaram o peito de Obito, indicando que ele havia despertado.

Ao abrir os olhos lentamente, Deidara foi tomado por um desconforto evidente, seguido por um desespero perceptível ao se afastar abruptamente do corpo ao seu lado. Sem se dar ao trabalho de identificar Obito, ele se desequilibrou e caiu da cama, ecoando pelo quarto o som do impacto de seu corpo contra o chão, acompanhado por um gemido de dor que se juntava à sensação dolorosa que se estendia por todo seu corpo.

Com as pernas trêmulas e fracas, o traseiro ardendo e o restante formigando, Deidara percebeu sua nudez e as marcas gravadas em sua pele, chupões e mordidas. Ao erguer o olhar para o alfa deitado na cama, encarou-o perplexo. Ao tocar sua nuca, aliviou-se momentaneamente por não encontrar uma marca permanente de enlace. Contudo, o alívio foi quebrado quando as memórias voltaram gradualmente, trazendo consigo uma sensação de vulnerabilidade.

Os lábios do ômega tremeram, indicando sua vontade de chorar, mas ele se conteve, recusando a ajuda de Obito. Escondendo o rosto entre as mãos, Deidara tentava esconder seu rosto vermelho, sentindo vergonha por reviver os acontecimentos, inclusive suas próprias palavras, consideradas vergonhosas.

Sentindo-se ainda pior por ter desfrutado do prazer momentâneo, Deidara agarrou os lençóis da cama para se levantar, soltando um ruído de desconforto em seus músculos enfraquecidos. Sentado na cama, cobriu seu corpo despido com o lençol preto de cetim.

Obito, aparentemente pensativo, esperava por alguma reação negativa e agressiva do ômega, que até então estava envergonhado. Ajoelhado diante de Deidara, as mãos firmes de cada lado, Obito o encurralava, suas orbes negras encarando o rosto corado, aguardando uma reação.

Em silêncio, Deidara ergueu a mão e desferiu um tapa no rosto de Obito, o som estalado ecoando quando repetiu o gesto. Empurrando-o para longe, as palavras repulsivas do Uchiha ecoavam na mente do ômega.

𝙇𝙖𝙘̧𝙤𝙨 ✝ {𝑶𝒃𝒊𝒅𝒆𝒊} Where stories live. Discover now