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A noite de núpcias foi um turbilhão de emoções descontroladas. Deidara não conseguia conter as lágrimas, enquanto Obito lutava contra a exaustão. Após a festa, O Uchiha dispensou os convidados e decidiu que seria bom para o ômega passar alguns dias na casa dos pais, então, partiram juntos. Apesar de compartilharem o mesmo quarto, Deidara parecia desconfortável. Agora, Obito mexia a comida no prato, enquanto Kushina, Minato e Naruto comiam despreocupados, sem perceber o que se passava. O Uchiha olhou ao redor, sentindo falta de um rosto específico.

- Onde está Deidara? Ele precisa se alimentar.

- Ele disse que não está com fome, mas eu vou pedir para levarem comida para ele no quarto. Eu também me sentia assim quando estava grávida do Naruto... É completamente normal.

"Normal". Essa palavra ecoava na mente do alfa. Mas nada parecia normal. Deidara estava cada vez mais fraco, pálido e exausto, seus olhos perdendo o brilho lentamente. Obito deixou os talheres sobre o prato e saiu sem dizer uma palavra. Ele não costumava explicar suas ações, mas era difícil ignorar o que estava acontecendo.

Ao descobrir que Deidara estava evitando as refeições, Obito conversou com Kaori, responsável pela alimentação, e descobriu que o ômega só conseguia comer sopa às vezes. Ele adentrou a cozinha, recebendo olhares confusos dos cozinheiros, que esperavam uma reclamação. Ele parou, sério.

- Vocês fizeram sopa? Meu ômega não está bem para comer comida pesada. Preparem um prato de sopa, pão e um suco natural. Levem para o quarto. - Obito estava acostumado a dar ordens, então saiu em direção às escadas.

Desde a noite do casamento, as palavras de Deidara o assombravam. Ele passou as últimas duas noites acordado, com medo de que Deidara fizesse algo consigo mesmo. Estava em alerta constante, com medo do que poderia acontecer.

Ele girou a maçaneta e adentrou o quarto num suspiro, seus olhos percorrendo a cama levemente desarrumada, a porta do banheiro trancada e o som da água enchendo a banheira. Seu coração acelerou. Obito foi até a porta do banheiro e tentou abrir, mas estava trancada. O pânico o dominou, e ele chamou incansavelmente pelo ômega, forçando a maçaneta e batendo desesperadamente na porta.

- Afaste-se da porta, vou derrubar! - Ele gritou, recuando um pouco e pressionando o corpo contra a madeira, procurando pelo esposo. Encontrou-o incrédulo dentro da banheira, ensaboado. Os joelhos de Obito fraquejaram, e ele caiu de joelhos ao lado do loiro, apoiando a testa na quina da banheira. - Deidara... Droga. Você me assustou.

- Eu estava me sentindo sujo, então decidi tomar um banho... Por que fez isso? - Deidara mirou a porta agora no chão, encolhendo-se na banheira.

- Eu achei que... - Ele encarou as orbes azuis. - Me preocupei à toa. Você está bem... - Sua mão se ergueu até a bochecha do loiro, acariciando-a. - Você não desceu para jantar, e fico preocupado quando não se alimenta. Você ouviu o médico ontem, precisa começar a comer mais, está ficando desnutrido.

- Eu sei, mas não consigo. É como se meu corpo rejeitasse qualquer alimento... Desculpe. - Deidara apoiou o queixo no topo do joelho, abraçando as pernas.

- Mandei trazer uma sopa, sei que você gosta. Vou te ajudar no banho e depois você come, está bem? - Seus dedos delicadamente colocaram uma mecha do cabelo loiro atrás da orelha de Deidara, enquanto ele se sentava na pedra mais alta da banheira, despejando o shampoo nas mãos e esfregando calmamente no couro do ômega, agora distante do olhar dele. Obito respirou fundo, tentando se livrar do pavor que o dominava. Ele lavou cuidadosamente o cabelo de Deidara, ajudou-o a se ensaboar, a se secar e a vestir uma roupa confortável. Agora, secava os fios loiros enquanto Deidara segurava as próprias mãos, olhando para baixo, sentado na beira da cama.

𝙇𝙖𝙘̧𝙤𝙨 ✝ {𝑶𝒃𝒊𝒅𝒆𝒊} Onde as histórias ganham vida. Descobre agora