capítulo 5

93.5K 7K 493
                                    

Acordei quando Dastan se mexeu, fiquei aliviada em notar que ele estava acordado, não sabia ao certo quanto tempo tinha dormido, mas ainda era de noite. Dastan se levantou apressadamente e me olhou.
– Você está bem, Dastan? – Perguntei preocupada.
– Estou, mas e você? – Retornou a pergunta.
– Estou sim – Respondi. – Posso te fazer uma pergunta?
– Antes, me diz o que aconteceu e como eu vim parar aqui? – Dastan perguntou.
– Você desmaiou. Eu pulei em cima daquela menina que estava perto de você e bati nela até a mesma desmaiar. Carreguei você para cá, que é minha antiga casa.
Ele me olhou espantado, tinha falado tudo depressa, acho que o assustei.
Dastan se aproximou e me abraçou. Seus braços eram fortes. Pela primeira vez em muito tempo me senti segura.
– Luna, você me salvou. Obrigado.
– Agora posso fazer umas perguntas? – Perguntei rindo.
– Sim. – Respondeu.
– Quem era aquela menina? – Fui direta.
– Dalila.
– O que ela queria?
– Luna, eu não posso te contar isso agora.
– Mas, por quê? – Perguntei sem entender.
– Eu não quero que machuquem você.
– Ninguém irá fazer isso.
– Mas, podem. Eu vou cuidar de você, nada nem ninguém vai te machucar, mas acredite em mim, Luna. Eu vou te contar quando a hora chegar, você pode esperar?
– Posso Dastan.
  Eu e ele deitamos juntos no sofá, a luz da lua não brilhava tanto agora. Procurei por algumas velas na cozinha, aquela casa me trazia tantas lembranças, boas e ruins. Lembrei daquilo e meus olhos se encheram de lágrimas. Dastan me olhou e percebeu.
– Você está bem? – Ele perguntou erguendo meu queixo para ver meus olhos. 
– Sim, é que essa casa me trás muitas lembranças, foi aqui que meus pais morreram. – Desabafei.
– Por isso você não queria vir por este caminho?
Assenti com a cabeça.
– Não fique assim, princesa. Que tal se nós fossemos descansar um pouco?
– Sim.
Eu e Dastan fomos deitar no sofá novamente, ele ficou em uma ponta e eu na outra, nossos pés se tocavam de leve. Eu estava com frio, mas tentava controlar meu corpo. Dastan percebeu, saiu da ponta do sofá e deitou ao meu lado, ele me abraçou e dormimos daquele jeito.
Acordei antes de Dastan com a luz do sol batendo nos meus olhos. Dastan abriu os olhos e sorriu.
– Você está linda. – Ele falou e eu corei. – Vamos levantar já está de manhã e todos devem estar preocupados conosco.
– Vamos.
Ele me ajudou a levantar e saímos. Nós caminhávamos em silêncio, de vez em quando nossos olhares se cruzavam, mas ele logo mudava a direção. Fiquei com vergonha. Será que fiz algo de errado?
Já tínhamos cruzado a cidade e ele ainda não falava nada, parecia estar preocupado com alguma coisa.
– Dastan, você está bem? – Perguntei.
– Sim, só estou pensando.
Já estávamos nos aproximando da nossa casa, quando Sebastian, Roland e Jeny nós olharam da janela.
– Dastan, o que aconteceu? – Jeny perguntou com tom de preocupação.
– Depois conversamos mãe. – Dastan respondeu.
– Aprontando Dastan? – Roland provocou. Sebastian nos olhava e ria.
Depois daquele momento constrangedor, Dastan me levou até em casa, me deu um abraço e um beijo na testa.
– Até depois, princesa.
– Até Dastan.
Tentei entrar em casa sem fazer barulho, mas assim que subi o primeiro degrau da escada Cam, Helena e Bob saíram dos seus quartos.
– Luna? – Helena chamou.
– Oi. – Falei baixo.
– Aonde você pensa que estava para chegar á essa hora? Você saiu e nem falou nada! – Cam gritou.
– Cam, não exagere a Luna não é uma criança, sabe muito bem o que faz! – Helena disse para Cam.
– Não ligue para ele, Luna. – Bob falou após ver o quanto eu estava assustada.
– Você não é meu pai, Cam. Nunca mais ouse elevar o tom de sua voz para mim. – Rosnei.
Helena e Bob me olharam surpresos pelas minhas palavras e pelo meu tom.
Cam me olhava com fúria.
– Você não é nada para mim, nunca foi e nunca vai ser. Você é só uma assassina. – Cam falou.
– Cam! Como pode dizer isso? – Helena gritou. Ela ficou com raiva de ouvir aquelas palavras serem ditas.
Fiquei sem reação, não conseguia ver nada por causa de meus olhos estavam marinado. Entrei no meu quarto, tranquei e quando vi já estava colocando as roupas nas minhas malas.
Bob me chamou e bateu na porta várias vezes em resposta, desistiu.
Assim que consegui fechar as malas, sai do quarto. Helena implorou para que eu não fosse embora.
– Depois do que ele me disse não posso mais continuar aqui. Abusei das hospitalidades de vocês, obrigado por tudo. Diga ao Bob que eu amo muito vocês.
– Não vá! – Helena disse quando eu já estava na porta. Notei que Dastan estava saindo da sua casa e me olhou preocupado.
– Luna, por que essas malas? – Perguntou.
– Estou indo embora. – Respondi.
– Para onde?
– Ainda não sei. – Respondi tristonha.
– Como assim?
– Hoje vou ficar em um hotel, amanhã eu vou dar um jeito, mas não fico aqui.
– Você vai para minha casa. – Dastan falou.
– Não, eu quero ficar longe daqui e não quero te incomodar.
– Vamos entrar só até você se acalmar, pode ser?
– Tudo bem.
Entrei e aparentemente ninguém estava em casa. Dastan falou para irmos até o quarto de hóspedes, ele falou que ninguém iria me incomodar. Contei toda a história desde o que aconteceu com meus pais até o surto de Cam que me magoo, a cada palavra que saía da minha boca, lagrimas brotavam de meus olhos.
– Se acalma você não é nada disso princesa e o Cam é um idiota!
– Não importa mais...
– Vá tomar um banho que eu te encontro lá embaixo.
Demorei uns quinze minutos no banho, eu comecei a me lembrar de o que aconteceu ontem de Dalila, do fogo, de Dastan no chão e de nossa conversa de ele me contar quando a hora chegar.
Saí do banho me enrolei na toalha e notei que Dastan tinha deixado uma linda rosa vermelha sobre a cama. Ela tinha um aroma muito bom, coloquei-a em cima da cabeceira da cama. Vesti um short, uma camiseta fina e desci as escadas.


A Maldição da Lua ( Em Revisão )Where stories live. Discover now